O traçado de Berlim habituava a recorde, a promessa também era de recorde, e o campeão olímpico Eliud Kipchoge cumpriu hoje o ‘desígnio’ e venceu na capital alemã com melhor marca mundial.
O campeão em título da maratona, Eliud Kipchoge chegou ao fim em 02.01.39 horas, para retirar 01.18 minutos à marca que persistia desde 2014, quando Dennis Kimetto correu em 02:02.57.
No final foi avançado o tempo oficioso de 02:01.40, e depois corrigido em um segundo.
“A minha única palavra é um obrigado”, disse à chegada Kipchoge, depois de correr os 42,195 quilómetros até fazer história, num percurso em que seguiu sozinho a 17 quilómetros do final.
Eliud Kipchoge rodeou-se quase de seguida do seu ‘staff’ e da organização, não sem antes comemorar o feito como se tivesse marcado um golo, demonstrando que ainda estava com muita energia.
O novo recordista mundial, que já correu nove maratonas abaixo de 2:06 horas, tinha como recorde pessoal 2:03.05 (Londres, em 2016), e chegava a Berlim exatamente com o objetivo de alcançar um novo recorde mundial.
Na corrida, desde o início, o queniano, de 33 anos, seguiu na frente, com uma ‘mão cheia de companhia’, num grupo em que passaram os primeiros cinco quilómetros em 14.24 minutos e aos dez em 29.21.
À passagem do 15.º quilómetro, em 43.38 minutos, o grupo começou a ceder, com Kipchoge a manter-se na frente, acompanhado pelo também queniano Josphat Boit, atingindo a metade do percurso em 01:01.06 horas e o quilómetro 25 em 01:12.24.
Um momento em que Kipchoge ficou, finalmente, isolado – com 17 quilómetros ainda por cumprir -, e o campeão olímpico passou aos 35 quilómetros em 01:41.00, sugerindo que se poderia ter um tempo na casa das 02:02, mantendo-se o ‘suspense’ de um novo recorde.
Mas, com mais cinco quilómetros corridos, a marca mundial começou a ser cada vez mais uma certeza, quando Kipchoge ‘cronometrou’ 01:55.32 horas junto ao número ‘redondo’ dos 40 quilómetros.
O queniano manteve-se ‘fresco’, dando a garantia de que o recorde estava à vista, surpreendendo, no entanto, pela margem de diferença para o anterior.
“A força mental foi a chave. É difícil ir sozinho, mas estava confiante. Tinha dito que ia fazer a minha corrida, seguindo o meu plano, e tinha confiança”, justificou no final o atleta.
O campeão conseguiu ainda a proeza de retirar 1.18 minutos à marca que persistia há quatro anos, a maior diferença desde o recorde de Derek Clayton em 1967, quando retirou 02.23 minutos ao máximo anterior.
Em Berlim, Kipchoge não só colocou a sua qualidade na ‘estrada’, como aproveitou o tempo perfeito que se fazia sentir na capital alemã, com temperaturas na ordem dos 20.º graus centígrados no momento da chegada, tempo seco e sem vento.
Atrás de Kipchoge ficaram os também quenianos Amos Kipruto (02:06.23) e Wilson Kipsang (02:06.48).
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