Pela primeira primeira vez em 124 anos, a Maratona de Boston não vai para a estrada no mês de abril, quebrando-se assim a tradição de ser corrida no Dia do Patriota, o feriado municipal em Massachussets.
A terceira segunda-feira de abril, em que se celebram as primeiras batalhas da Guerra da Independência dos Estados Unidos da América, vai ser celebrada desta vez sem o seu evento emblemático, reagendado para o final do verão... se tudo correr bem.
Os efeitos da pandemia covid-19 fazem-se sentir de forma avassaladora no calendário desportivo, e as maratonas de topo não são exceção. Nenhuma se corre na primavera e depois haverá 30 dias 'loucos', entre setembro e outubro, com Boston (14 de setembro), Berlim (27 de setembro), Londres (04 de outubro) e Chicago (11 de outubro). Mais tarde só Nova Iorque, em 01 de novembro.
Correr na baixa de Hopkinton é uma festa e por isso mesmo a organização teme que a tentação de ir para a estrada no feriado ainda assim 'chame' muita gente para lá, pelo que tem insistido na desmobilização.
"Com o objetivo de manter protegidos não só os que correm, mas também todos os cidadãos de Hopkinton e as forças de emergência médica, estamos a pedir a todos os corredores que continuem a cumprir o recolhimento social", afirmou, através de um comunicado, o vice-presidente do conselho de administração da Boston Athletic Association, John Coutinho.
A cidade está em estado de emergência desde 10 de março, declarado pelo governador do Massachussets, Charlie Baker, que, entretanto, decretou já feriado estadual no dia 14 de setembro, de forma a que todos possam participar no evento e celebrar a mais antiga maratona e uma das mais famosas do mundo.
Em 1897, foram só 15 à partida e para este ano esperavam-se mais de 20 mil, para um percurso considerado um dos mais duros do mundo, por causa das várias colinas que se tem de superar.
Por questões técnicas, as marcas conseguidas em Boston não valem como recordes, o que tem afastado a melhor elite mundial, mas nem sempre foi assim e no seu historial de vencedores há nomes como Rosa Mota. A portuguesa, com triunfos em 1987, 1988 e 1990, ainda é uma das recordistas de vitórias.
A mais famosa edição é a de 2013, mas por razões alheias ao desporto - um atentado, base do filme de 2016 de Peter Berg, Patriots Day.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 657 pessoas das 19.022 registadas como infetadas, segundo os dados revelados na sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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