A marchadora Ana Cabecinha passou boa parte do seu verão na Universidade de Coimbra, a tentar "recriar em laboratório" as condições extremas que vai enfrentar nos 20 km marcha de Doha, onde será a única portuguesa em prova.
"A minha preparação foi feita em Coimbra, uma boa parte na universidade, a simular a temperatura e a humidade que íamos apanhar aqui. Já tinha feito este tipo de trabalho para o Rio2016, desta vez fiz mais dias e tudo correu bem", adianta a atleta, que também fez um estágio em altitude.
De acordo com Ana Cabecinha, não é a mesma coisa, mas é "suficientemente bom" para valer o esforço.
"Não conseguimos apanhar o calor e humidade que vamos ter aqui, nem lá perto, mas conseguimos fazer a melhor preparação para chegar aqui e diminuir um pouco este choque que é fazer 20 km com este calor e esta humidade", diz, a três dias da sua participação.
A marchadora lusa garante que chega a Doha “sem nenhum problema físico” e espera agora que “no dia da prova tudo corra bem e haja um pouco de sorte”.
“Espero voltar aos bons resultados. Estou muito feliz por estar cá, porque tive uma época com altos e baixos e estou com muita vontade de competir, é isso que me faltava há algum tempo", frisa.
A atleta alentejana é uma das que não desgosta do calor, reconhece.
"Espero que este Mundial, com este calor e humidade que muitas vezes me têm dado sorte, me permita ser das primeiras 10 a 12. Isso será um bom resultado, atendendo a que estou a treinar há um ano consecutivo, a época é muito longa”, avança.
De acordo com Ana Cabecinha, “tudo o que for abaixo do 10.º lugar é maravilhoso”.
“Vai ser preciso calma e muito foco durante a prova, 20 km é distância muito longa para esta temperatura que vamos apanhar aqui", acrescenta a atleta, quarta em 2015.
Ana Cabecinha tem um recorde nacional de 1:27.46 horas e em 2018 fez 1:29.41, o que a coloca como 19.ª para a prova, que começa às 23:30 de domingo na Corniche de Doha.
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