Jorge Fernandes, presidente da Federação Portuguesa de Judo, nega que esteja a ocupar cargos indevidamente. O líder do judo nacional foi acusado por Abel Louro, presidente da Associação de Judo de Castelo Branco, de ser também presidente do Judo Clube de Coimbra mas o mesmo defende, em declarações ao jornal 'O Jogo', que suspendeu o mandato de presidente nessa instituição assim que foi eleito presidente da Federação Portuguesa de Judo, há cinco anos.

Numa carta subscrita por sete dos 10 atletas do projeto olímpico da modalidade (Telma Monteiro, Bárbara Timo, Rochele Nunes, Patrícia Sampaio, Catarina Costa, Anri Egutidze e Rodrigo Lopes), o presidente da Federação Portuguesa de Judo, Jorge Fernandes, é acusado de discriminação e ameaças, no que os atletas dizem ser um “clima insustentável e tóxico”.

Um dos pontos reiteradamente apontado pelos judocas, cinco dos quais são atletas do Benfica, é a necessidade de efetuarem 70/80% dos 52 estágios em Coimbra, o que, segundo os mesmos, lhes causa “desgaste emocional” e impede de “participar em estágios internacionais e treinar com os melhores”.

Entretanto, Jorge Fernandes rejeitou as críticas que lhe são feitas pelos sete judocas olímpicos, assinalando que existe um modelo para a competição e que o mesmo é para seguir.

As reações têm surgido de vários locais, entre eles da selecionadora Ana Hormigo, que se solidarizou com os atletas, mas também da Associação de Atletas Olímpicos de Portugal, que tomou a mesma posição.

Para Jorge Fernandes, todas as críticas que lhe são dirigidas não mais do inveja pelo trabalho que tem realizado.

"Devíamos era falar do futuro, dos atletas, dos resultados, que têm sido dos melhores de sempre. Acabei de chegar a Coimbra, vindo de Almada, onde estive a tratar de assuntos relativos ao Grande Prémio que iremos ter em Portugal. […] Tivemos os melhores resultados de sempre da história do judo, estamos em falar em 63 anos de judo", assinalou, em declarações ao jornal 'O Jogo'.

O líder federativo defende que as energias do judo nacional deviam estar centradas no Grande Prémio que Portugal irá receber no próximo ano.

"Eu diria que é dos momentos mais importantes da modalidade. Depois, temos três Taças da Europa, o Campeonato da Europa de Cadetes e o Campeonato do Mundo de juniores. Não é fácil trazer isto para Portugal e temos três provas a pontuar para os Jogos Olímpicos. Quantas modalidades conseguem isto? A inveja é uma coisa muito feia, mas é o que temos", completou.