Jorge Fernandes disse hoje que se vai recandidatar à presidência da Federação Portuguesa de Judo (FPJ), após a sua direção ter perdido o mandato na sequência de um inquérito do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ).
“Está decidido que eu vou, caso, na Assembleia Geral de destituição que está marcada para 18 de dezembro, seja destituído, estou em condições de dizer que serei candidato, naturalmente”, sublinhou Jorge Fernandes à agência Lusa.
O ainda dirigente máximo do judo em Portugal explicou ter estado hoje reunido com os órgãos sociais da FPJ, aos quais comunicou a decisão de ser candidato, num ato eleitoral a realizar após a Assembleia Geral destitutiva e que deverá acontecer nos primeiros meses do próximo ano.
“Não tomei logo a decisão (…). Era preciso certificar-me primeiro de que podia ser candidato, e posso, segundos se queria continuar e terceiro se tinha apoios. Está claro que posso continuar, está claro que tenho uma missão por cumprir, que ainda não completei, e está claro que tenho o apoio de 90% dos delegados à Assembleia. Na ordem dos 90, 95%, garantidamente”, explicou.
Jorge Fernandes comentou também as alegadas incompatibilidades, após denúncia da Associação de Judo de Castelo Branco, e assegurou não receber um cêntimo da Federação a que preside desde 2017 e na qual cumpre um segundo mandato.
“O presidente da Associação de Castelo Branco, treinador da Escola Ana Hormigo e treinador do Sport Lisboa e Benfica fez a denúncia e, agora, temos os advogados a trabalhar nisso e vamos trabalhar para corrigir o que for de corrigir e manter o que for de manter”, começou por dizer.
O dirigente acrescentou que o seu salário é pago pelo Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, o seu local de emprego, e que não depende do judo para viver.
“Sou motorista do centro hospitalar universitário de Coimbra e é lá que me pagam, se eu não trabalhasse, não tivesse o meu emprego, e dependesse do judo como tantos outros amigos meus. Tal como o treinador do Benfica, da Escola Ana Hormigo e da Associação de Castelo Branco [Abel Louro], que vive do judo, eu procuro, se tivesse as mesmas condições dele, vivia de quê? De esmolas? A Federação não me paga um cêntimo. Como é que eu vivia? E apesar de também não receber dinheiro nenhum do Judo Clube de Coimbra”, defendeu.
Das alegadas incompatibilidades, o dirigente já disse ter pedido uma clarificação: “Não sou treinador, não estou a exercer esse cargo, não sou presidente do clube [Judo Clube de Coimbra] e é isso que está em causa”, acrescentou.
Esta semana, o inquérito realizado pelo IPDJ determinou a perda de mandato da direção da FPJ por incumprimento do artigo 51.º do Regime Jurídico das Federações Desportivas (RJFD), no qual é elencada a perda de mandato de titulares de órgãos federativos, por inelegibilidade, incompatibilidade ou por terem intervenção em contrato no qual tenham interesse.
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