O ex-presidente da Federação Portuguesa de Judo (FPJ) Jorge Fernandes mostrou-se hoje tranquilo com as buscas ao organismo, relativas à sua gestão, e revelou que no mandado a sua casa nada foi levado.

“Acordaram-me às 07:00. Estiveram na minha casa, não levaram nada e disseram mesmo que não havia nada de relevante. Foram ao Judo Clube de Coimbra e levaram documentos, de extratos bancários, não levaram computadores, nem nada de especial”, disse à agência Lusa.

O presidente da Federação Portuguesa de Judo entre 2017 e 2023, viu hoje ser cumprido em vários locais um mandado de busca e apreensão no âmbito de uma investigação à sua gestão na FPJ, sob a acusação de peculato, abuso de poder e tráfico de influência.

“Querem ver se houve influência na atribuição de subsídios ao Judo Clube de Coimbra”, adiantou à Lusa o dirigente, acrescentando que não tem nada a temer e que sente existirem represálias da atual direção.

Jorge Fernandes questionou se a atual direção, presidida pelo seu antigo ‘vice’ Sérgio Pina não poderá, dentro desta linha de raciocínio, ser “incompetente”, por ter vários membros que fizeram parte da sua gestão.

“Estou admirado com isto. Já ouvi que foi uma denúncia anónima, mas também que foi da parte da federação”, referiu o ex-dirigente máximo da FPJ e que é, ainda, presidente do Judo Clube de Coimbra.

Jorge Fernandes aproveitou para questionar os critérios da própria Polícia Judiciária, ao lembrar que o seu diretor, Luís Neves, veio esta semana, em plena posse do Comité Olímpico de Portugal, ilibar Fernando Gomes de qualquer suspeita quando ainda decorre investigação à venda da antiga sede da FPF.

A finalizar, lamentou, igualmente, o comunicado divulgado hoje pela federação de judo, a expor a situação das buscas, lembrando que quando foi dirigente aconteceu um cenário semelhante no organismo em relação a um mandado de um outro presidente e que ele protegeu a modalidade.

“Estranhamente, é a FPJ que vem falar disto. Qual é o objetivo?”, questionou.