A seleção portuguesa de andebol defronta no sábado a República Checa, em Munique, na Alemanha, num jogo que espera complicado e que constitui, após o triunfo frente à Grécia, a chave da passagem à fase principal do Euro'2024.
A vitória sobre a República Checa, que perdeu no jogo inaugural com a Dinamarca (23-14), garante a Portugal o apuramento para a ‘main round’ (fase principal), mas, apesar de confiante, a seleção aponta que é necessário competência para superar este adversário.
“As vitórias trazem sempre confiança, mas neste tipo de torneio não podemos relaxar. Jogando dia sim, dia não as coisas passam muito rápidas”, disse à agência Lusa o lateral Salvador Salvador, do Sporting, adaptado por Paulo Jorge Pereira a funções defensivas.
Salvador Salvador, de 22 anos, adianta que o jogo de estreia de quinta-feira frente à Grécia (31-24) “já passou” e que a seleção portuguesa tem de “aprender com aquilo que fez menos bem e levar para os próximos encontros o que fez melhor”.
“Amanhã {sábado] já temos um grande jogo para jogar [frente à Republica Checa]. Uma final, um jogo muito importante e queremos muito ganhar para passar a próxima fase”, acrescentou Salvador Salvador.
O lateral considera que a República Checa “tem uma equipa muito compacta, coesa, com ideias muito bem definidas” e é “liderada por um grande treinador”, Xavier Sabaté (que orienta os polacos do Wisla Plock), “da escola espanhola”.
“[A República Checa] tem um tipo de jogo muito bem pensado e vai ser diferente do que foi contra a Grécia, mas nós queremos estudar bem o adversário, pensar bem naquilo que eles fazem bem e acho que o jogo vai ser definido nos pormenores e em quem quiser mais”, disse.
Salvador Salvador recordou que os objetivos da seleção portuguesa “são bem claros” e passam por “ser sempre melhor e querendo ser melhor tem de passar à ‘main round’”, pelo que “o jogo de sábado é muito importante”.
“Entrar bem tem sempre outro sabor. Queríamos entrar bem, que nas últimas duas competições entrámos a perder, e o jogo de amanhã [sábado] é o mais importante. Temos de ganhar, não há volta a dar, é o jogo chave deste Europeu”, disse o ponta Pedro Portela.
Pedro Portela, de 34 anos, que na última época regressou ao Sporting, após cinco épocas no andebol francês, no Tremblay e Nantes, é o jogador com mais internacionalizações dos que integram a comitiva lusa, com 133, bem como o mais concretizador, com 440 golos.
“[A República Checa] é uma equipa muito organizada, bem preparada, com um esquema de jogo muito próprio deste treinador [Xavier Sabaté], que vai rápido para a frente e, de certeza, que vai aproveitar as coisas menos boas que fizemos no jogo com a Grécia”, disse.
Pedro Portela assegura que Portugal vai corrigir aspetos menos bons do primeiro jogo, nomeadamente “recuperar mais rápido, perder menos bolas, defender bem e atacar bem, jogar seguro e com confiança, para poder ganhar o jogo, que esse é que é o objetivo”.
“Queremos passar ao ‘main round’. Não viemos para cá para ficar pela fase de grupos e temos uma equipa com muita qualidade, queremos muito ganhar, mas temos que o mostrar dentro de campo”, assegurou Portela.
O estreante lateral Joaquim Nazaré, de 22 anos, dos dinamarqueses do Skjern, que para já detém o remate mais potente da prova, superior a 127 km/hora, teve uma boa entrada no jogo com a Grécia e promete continuar a trabalhar para ajudar a equipa.
“Amanhã [sábado] vai ser um jogo muito complicado, mais do que foi contra a Grécia. Não podemos entrar da maneira que entrámos e temos que jogar como na segunda parte e entrar sempre focados, sem medo, pois sabemos que temos mais qualidade do que a República Checa”, admitiu.
Joaquim Nazaré, autor de dois golos no melhor período da equipa lusa no triunfo frente à Grécia (31-24), acredita que “Portugal vai fazer um grande jogo com a República Checa, obter a vitória e selar o apuramento para a ‘main round’”.
O guarda-redes Diogo Rêma, de 19 anos, reconheceu que o triunfo no jogo inaugural trouxe boas sensações à seleção e destacou a importância de começar a competição com o pé direito, apesar de admitir uma atuação algo relaxada até aos 40 minutos.
“Mas queremos fazer melhor. Estamos motivados para ganhar à República Checa e acho que se estivermos no nosso melhor podemos ganhar com tranquilidade, senão vamos ter muitas dificuldades”, admitiu o jovem guarda-redes do FC Porto.
“A República Checa é uma seleção muito séria, nós temos que estar num nível elevado para a poder vencer e quem for mais competente vai vencer. Nós acreditamos que podemos fazê-lo, mas temos que ser muito competentes”, disse Paulo Pereira sobre o seu próximo adversário.
Para a República Checa, que na jornada inaugural perdeu com a tricampeã mundial Dinamarca, por 23-14 (com 9-9 ao intervalo), o jogo com Portugal pode ser decisivo para a sua continuidade em prova.
O treinador Xavier Sabaté encara o jogo com os portugueses “como uma final”, em que só o triunfo permite à sua seleção depender apenas de si para marcar presença na ‘main round’.
O guarda-redes Tomás Mrkva, do THW Kiel, o ponta Jakub Hrstka, do Dessau-Rosslauer, e o lateral Matej Klima, do Leizig — todos ao serviço de equipas alemãs — são os jogadores checos mais conceituados.
A seleção portuguesa, que disputa pela oitava vez um Europeu, a terceira seguida, qualifica-se para a ‘main round’ caso termine o Grupo F num dos dois primeiros lugares.
Nessa segunda fase, em que defronta os dois primeiros dos grupos D e F — o resultado do seu adversário no grupo é contabilizado nesta classificação -, avançam os dois primeiros para as meias-finais e o terceiro para a disputa do quinto lugar.
Portugal, que vai acolher a competição em 2028, juntamente com a Espanha e a Suíça, depois de ter sido o anfitrião da edição inaugural em 1994, que a Suécia conquistou, tem como melhor resultado o sexto lugar alcançado em 2020. Em 2022 terminou em 19.º.
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