Portugal está pronto para iniciar o Euro2024 de andebol e o selecionador Paulo Jorge Pereira partilhou hoje a receita para levar de vencida na quinta-feira, em Munique, a estreante seleção da Grécia.
“Já sabemos quais são os pontos débeis na defesa da Grécia e temos formas de atacar aquele sistema que podem ser vantajosas para nós”, disse à agencia Lusa o selecionador nacional, assumindo que Portugal está preparado “para começar a guerra”.
As ausências de alguns jogadores lesionados, a mais recente das quais do pivô Daymaro Salina, já na Alemanha, obrigou Paulo Pereira a “reconfigurar a equipa e encontrar soluções”, mas o selecionador referiu que já sabe qual o caminho a seguir.
“Temos que melhorar a recuperação defensiva e depois encontrar a melhor forma de cooperar na defesa. Temos que encontrar rapidamente esse equilíbrio, tendo em conta que deslocamos alguns jogadores das suas posições habituais”, adiantou.
Paulo Pereira considerou que com a lesão de Daymaro Salina a seleção perdeu “o rei dos guerreiros”, mas que ainda tem muitos para lutar pelo objetivo de passar à ‘main round’ (fase principal), ao alcance dos dois primeiros classificados.
O selecionador da Grécia, Georgios Zaravinas, afirmou à Lusa que a prioridade da sua seleção na estreia numa fase final de um Europeu “passa por ter um bom desempenho e ser competitiva, não só no primeiro jogo com Portugal, mas em todos os outros”.
“Temos um grande respeito pela equipa portuguesa, que, na minha opinião, é a que mais progrediu nos últimos anos, para chegar ao nível das melhores da Europa. Isso significa que nos espera um jogo muito difícil, mas vamos tentar surpreender”, disse.
Georgios Zaravinas recordou que a seleção grega fez bons jogos na fase de qualificação e, com a presença na fase final do Euro2024, quer evoluir e aprender, para no futuro marcar presença com mais frequência nas grandes competições.
O capitão Rui Silva, o central Miguel Martins e o pivô Luís Frade, na antevisão da partida, manifestaram respeito pela seleção da Grécia, primeira adversária de Portugal, mas assumem o total favoritismo na soma dos primeiros pontos rumo à ‘main round’.
“Temos que assumir favoritismo frente à Grécia, mas eles também querem surpreender. Temos que nos focar em nós e entrar de forma séria. A ‘main round’ é o nosso objetivo, mas isso só pode acontecer se pensarmos jogo a jogo”, disse Rui Silva, do FC Porto.
O capitão e central, de 30 anos, que recentemente foi pai pela segunda vez, chega à Alemanha com mais um motivo de orgulho e por isso mesmo, pela família, quer contribuir para que se escreva mais uma bela página do andebol nacional.
“Esperamos conseguir estar ao nível do que foi o Europeu da Suécia. Gosto muito de sonhar grande e acredito que cada vez mais temos melhor seleção para chegar longe na competição”, afirmou o central Miguel Martins, de 26 anos.
O jogador que representa os húngaros do PICK Szeged recordou o sexto lugar alcançado na Suécia, em 2020, que constitui a melhor classificação de Portugal, e reforçou a convicção de que na Alemanha “a seleção tem qualidade para chegar longe”.
“Começando pela Grécia, acho que vai ser um jogo que temos de ganhar sim ou sim. É uma equipa que, temos que ser realistas, é mais fraca do que nós e temos que assumir esse favoritismo e vencer esse jogo, para termos boas sensações para a República Checa”, adiantou Miguel Martins.
O pivô Luís Frade, a atravessar um bom momento de forma no FC Barcelona, considerou também importante entrar o Euro2024 a vencer, salientando que "os dois primeiros jogos são muitos complicados e os mais importantes".
Luís Frade, de 25 anos, considera que a seleção tem que ser ambiciosa e estabelecer parâmetros altos, caso contrário não chega a nenhum lado.
“Claro que temos que pensar jogo a jogo e o nosso objetivo principal é chegar à ‘main round’, mas o objetivo é sempre chegar o mais longe possível”, explicou Luís Frade.
A seleção portuguesa, que disputa pela oitava vez um Europeu, a terceira seguida, inicia com a Grécia a luta pela conquista de pontos rumo à ‘main round’, ao alcance dos dois primeiros classificados de cada um dos seis grupos da fase preliminar.
Nessa segunda fase, em que se defrontam os dois primeiros dos grupos D e F – o resultado do seu adversário no grupo é contabilizado nesta classificação -, avançam os dois primeiros para as meias-finais e o terceiro para a disputa do quinto lugar.
Portugal, que vai acolher a competição em 2028, juntamente com a Espanha e a Suíça, depois de ter sido o anfitrião da edição inaugural em 1994, que a Suécia conquistou, tem como melhor resultado o sexto lugar alcançado em 2020. Em 2022 terminou em 19.º.
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