O português Pedro Pichardo não deixou hoje dúvidas sobre quem seria campeão olímpico no triplo salto nos Jogos de Tóquio2020 desde o arranque, estando sempre vários furos acima de toda a competição.
O atleta natural de Cuba, de 28 anos, efetuou o seu melhor salto, de 17,98 metros, à terceira tentativa, e bateu o seu o recorde nacional por três centímetros, impondo-se ao chinês Yaming Zhu, com 17,57, e ao burquinense Fabrice Zango, com 17,47, que conquistaram as medalhas de prata e de bronze, respetivamente.
As imagens da final que deu o ouro a Pablo Pichardo
O português entrou a ‘arrasar’, com um salto de 17,61 metros que já o destacava da concorrência, muita ainda a falhar: o eventual medalha de bronze tinha tido uma entrada em falso, Will Claye também demoraria a ‘arrancar’ e ficaria mesmo fora das medalhas.
No segundo ensaio, e já com a prova a subir de nível, igualou a marca, desta vez com o vento desfavorável, enquanto o chinês Zhu Yaming saltava 17,41, um recorde pessoal que ainda viria a superar, na segunda série, para os 17,57 que lhe valeram a prata.
Ao terceiro salto, Pichardo chegou a 17,98, bateu o recorde nacional que já lhe pertencia e colocou-se definitivamente acima do resto da concorrência, que nunca chegou sequer aos 17,61, mesmo que lhe faltasse ‘um bocadinho assim’ para os tão ambicionados 18 metros.
Pichardo conversava com o pai, ia rezando, e já no quarto ensaio, nulo, apontou para o calcanhar direito, que mais tarde explicou que lhe provocou dores e chegou mesmo a sangrar, levando-o a abdicar do quinto.
Abaixo do ‘extraterrestre’, os adversários disputavam uma batalha aguerrida pelo pódio, mas nem o melhor Will Claye da temporada chegou para os ‘metais’, assim como o recorde da Argélia, de Yasser Triki (17,43).
Também o último salto de Pichardo foi nulo, mas o principal estava feito: encontrado o novo campeão olímpico português, após Carlos Lopes (1984), Rosa Mota (1988), Fernanda Ribeiro (1996) e Nelson Évora (2008).
Por fazer ficou ‘apenas’ saltar acima dos 18 metros, como queria, e “bater algum recorde”, como mais tarde admitiu, seja o olímpico, do norte-americano Kenny Harrison, nos 18,09, seja o mundial, do britânico Jonathan Edwards, de 18,29, ambos dos anos 1990.
As celebrações foram comedidas: cumprimentou os adversários, não deu a costumeira volta olímpica, e admitiu mais tarde que iria “celebrar sozinho no quarto”, por ter “muita vergonha”.
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