Num comunicado publicado dois dias depois da cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Tóquio2020 – onde Portugal obteve a sua melhor prestação de sempre, com a conquista de quatro medalhas -, o PCP “saúda calorosamente a Comitiva Portuguesa” que esteve presente na competição, reconhecendo “o esforço, o sacrifício de vida pessoal e familiar” dos atletas e das equipas de apoio técnico, assim como “as condições de autêntica desigualdade competitiva em que se processa a sua preparação e participação”.

“Os progressos verificados [nos Jogos Olímpicos] devem ser valorizados, contudo não pode deixar de registar-se que esses progressos se devem mais ao esforço conjugado entre atletas, treinadores, famílias e clubes do que a resultados de uma política desportiva nacional”, aponta o PCP.

Salientando ser um “facto que sucessivos governos têm desvalorizado o investimento necessário para garantir o direito constitucional ao desporto para todos, incluindo o de alto rendimento”, o PCP refere que a prestação dos atletas portugueses nos Jogos Olímpicos mostra que “existem potencialidades e condições para o alto rendimento em Portugal” e “para a participação em pé de igualdade com outros em termos de capacidade atlética”.

O partido realça assim que Portugal “dedica para a preparação da sua equipa olímpica uma das mais baixas verbas dos países europeus, comparado com países de idêntica dimensão e situação socioeconómica”, e considera que “as palavras de enaltecimento por parte de responsáveis políticos contrastam com as anunciadas reduções entre 15% e 20% do financiamento às federações desportivas, com a desconsideração deste setor no Plano de Recuperação e Resiliência e os atrasos de entrega dos anunciados apoios face à covid-19”.

“Terminada uma missão olímpica, e quando se prepara a próxima, impõe-se que se rompa com o reduzido nível de apoio estatal face às exigências atuais da preparação dos atletas e seus treinadores, para participarem com dignidade em competições do mais elevado nível”, frisa o comunicado.

O PCP destaca assim a necessidade de uma “outra política” desportiva, que encare o desporto “como uma área integrada nas quatro vertentes inseparáveis da democracia e associe os meios a uma estratégia consequente”.

Para tal, o partido propõe várias medidas, que incluem “o reforço da capacidade financeira e do investimento no setor”, “a isenção do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC) até 30 mil euros” ou a redução do IVA para material desportivo.

Além disso, o PCP frisa que é “urgente tomar medidas estruturais” que “não façam depender o financiamento para o desporto das receitas dos jogos sociais” ou que “efetivem e implementem o desporto escolar em todos os graus de ensino, reclamando uma relação natural, mas claramente insuficiente, entre o desporto e o processo educativo”.

“Tendo como objetivo assegurar o direito ao desporto, o PCP tudo fará para que os legítimos sentimentos de alegria face aos resultados alcançados nos Jogos Olímpicos de Tóquio se transformem em mobilização de forças na exigência de uma política que coloque o acesso à prática desportiva, e as condições para a elevação do alto rendimento em Portugal, no quadro da efetivação de um direito consagrado constitucionalmente”, aponta ainda o partido.

Portugal contabilizou, nos Jogos Olímpicos de Tóquio2020 que terminaram este domingo, quatro medalhas, uma de ouro, de Pedro Pichardo, no triplo salto, uma de prata, de Patrícia Mamona, igualmente no triplo salto, e o bronze do judoca Jorge Fonseca (-100 kg) e do canoísta Fernando Pimenta (K1 1.000 metros).

Com as quatro medalhas, Portugal superou os resultados alcançados em Los Angeles1984 e Atenas2004, edições em que subiu três vezes ao pódio, passando a totalizar 28 medalhas em Jogos Olímpicos (cinco de ouro, nove de prata e 14 de bronze), 12 das quais no atletismo, modalidade que proporcionou também os cinco títulos olímpicos.

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