No estádio olímpico de Tóquio, o sétimo dia de provas registou ainda as confirmações impressionantes do norte-americano Ryan Crouser, no lançamento do peso, e de Pedro Pichardo no triplo salto, a dar o quinto ouro olímpico de sempre a Portugal.
O jamaicano Hansle Parchment surpreendeu nos 110 metros barreiras, numa jornada que teve passagem por Sapporo, palco da marcha e maratona, para coroar nos 20 km marcha o italiano Massimo Stano.
No heptatlo, Thiam somou 6.791 pontos, o seu melhor registo do ano, enquanto as outras medalhas foram para os Países Baixos, com Anouk Vetter, 10.ª no Rio2016, a ser segunda, com 6.689, um novo recorde holandês, e Ema Oosterwegel terceira, com 6.590, máximo pessoal.
Em relação ao decatlo, Damian Warner sucedeu a Ashton Eaton, campeão em Londres2012 e no Rio2016, ao somar 9.018 pontos, um novo recorde olímpico, superando os 8.892 que o norte-americano conseguiu no Brasil.
O francês Kevin Mayer fez o seu melhor registo da época, com 8.726 pontos, repetindo a prata de há cinco anos, enquanto o bronze foi para a Austrália, com o terceiro lugar de Ashley Moloney, com 8.649 pontos, recorde da Oceânia.
Pela manhã, a vitória de Pichardo no triplo foi o resultado lógico, atendendo à supremacia que demonstrou ao longo da época, em que já fora campeão europeu 'indoor' e também à ausência forçada por lesão de Christian Taylor, o norte-americano campeão há cinco anos e grande dominador da última década.
A passar por um momento de forma exemplar, Pichardo estreou-se em Jogos Olímpicos com um recorde nacional a 17,98 metros, que só não é recorde pessoal porque tem ainda melhor, quando competia por Cuba. Começou com dois saltos de 17,61, que também valeriam o ouro.
O burquinense Hugues-Fabrice Zango, que é desde este ano recordista mundial em pista coberta, ficou a meio metro (17,47), no terceiro lugar, batido também pelo chinês Zhu Yaming, medalha de prata (17,57).
Nada de novo no lançamento do peso, pode-se dizer, com o pódio a repetir o que se vira no Rio2016 e no último Mundial de atletismo (aqui, com a troca entre a prata e o bronze).
O norte-americano Ryan Crouser está mais forte que nunca e resolveu tudo, se dúvidas ainda houvesse, com um primeiro lançamento a 23,30 metros, segundo melhor 'tiro' da história e recorde olímpico, a sete centímetros apenas do seu recente recorde do mundo.
Resignados, na luta pela prata Joe Kovacs, o outro norte-americano, impôs-se com 22,65 ao neo-zelandês Tomas Walsh (22,47). A final impressionou pela qualidade, com mais três atletas para lá dos 21 metros.
No salto com vara, uma verdadeira 'razia' a 4,70 metros deixou apenas quatro atletas em prova e depois a primeira a cair foi a campeã do Rio2016, a grega Katerina Stefanidi, com um salto válido a 4,80, a atenuar uma época flagelada por lesões.
A ordenação do pódio fez-se um pouco mais acima, e aí brilhou a norte-americana Katie Nageotte, até agora a segunda figura da sua seleção, atrás da ausente Sandie Morris. Mas hoje foi a melhor, sendo a única a passar os 4,90 metros.
Um resultado que poucos apostariam, de início, já que apenas conseguiu superar a fasquia inicial, 4,50, à terceira, e os 4,70 à segunda, enquanto Anzhelika Sidorova 'limpava' essas alturas.
A russa, campeã do Mundo, acabou por parar um pouco mais abaixo que a rival, com 4,85. A britânica Holly Bradshaw passou também os 4,85 e assegurou a medalha de bronze, já que teve mais derrubes que Sidorova.
O bahamiano Steve Gardiner, campeão mundial, acabou por confirmar o seu favoritismo nos 400 metros, que venceu em 43,85 segundos.
Recuperando quatro posições na reta da meta, o colombiano Anthony Zambrano terminou em segundo, com a também boa marca de 44,08, ele que já fora prata no Mundial de Doha2019.
O grande 'regresso' foi protagonizado pelo granadino Kirani James, bronze nove anos depois de ter sido campeão em Londres. Com 44,19, bateu por dois centésimos o primeiro dos norte-americanos, Michael Cherry.
O jamaicano Hansle Parchment surpreendeu nos 110 metros barreiras, ao impor-se ao norte-americano Grant Holloway, campeão mundial e apontado como o grande favorito.
Hansle Parchment concluiu a prova em 13,04 segundos, contra 13,09 do norte-americano e 13,10 de Ronald Levy, também da Jamaica, que arrecadaram as medalhas de prata e bronze, respetivamente.
Terceiro nos campeonatos nacionais da Jamaica e segundo em Tóquio2020, tanto na sua série de apuramento como na meia-final, Parchment, que foi bronze há nove anos em Londres2012, aproveitou uma quebra de velocidade de Holloway - que não perdia uma prova há um ano - nas últimas barreiras para conquistar o ouro olímpico.
Nota ainda para o descalabro continuado da velocidade dos Estados Unidos, agora nas estafetas de 4x100 metros, em que ficam arredados da final.
Mesmo com Trayvon Bromell, o homem mais rápido do ano, Fred Kerley, vicecampeão olímpico dos 100 metros, e Ronnie Baker, que foi finalista, a correrem nas séries, o quarteto norte-americano fica pelo caminho, sexto na sua corrida e sem lugar a repescagens.
Sem problemas, as norte-americanas avançaram nos 4x100 metros femininos, mas aí é 'missão impossível' bater as poderosas e motivadas jamaicanas.
Quem também ficou pelo caminho, nas meias-finais de 1.500 metros, foi o campeão do Rio2016, Mathew Centrowitz, sem reação para uma prova 'demasiadamente rápida' para o seu gosto.
Em Sapporo, começaram as provas de estrada do programa olímpico e o primeiro campeão é o italiano Massimo Stano, triunfador dos 30km marcha em 1:21.05 horas, à frente dos favoritos japoneses.
Koki Ikeda e Toshikazu Yamanishi (atual campeão mundial) terminaram pouco depois, com a Espanha a 'renascer' também, com o quarto e sexto lugares, após a péssima prestação no Mundial de há dois anos.
A opção de se marchar e correr em estrada em Sapporo teve a ver com a procura de condições de prova mais 'amenas', em termos de calor e humidade.
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