“Vai ser muito giro competir contra o ‘Kikas’ logo na primeira ronda, a saber que estivemos este inverno todo e até há pouco tempo a treinar juntos para os Jogos. Tínhamos falado que era possível competirmos um contra o outro e, se possível, na final. Vai ter de ser assim, mas sei que vai dar tudo e quero dar o meu melhor”, declara, em entrevista à Lusa, o surfista nipónico de 23 anos.
Frederico Morais vai bater-se com Kanoa Igarashi, o francês Jeremy Flores e o peruano Miguel Tudela na primeira ronda do surf em Tóquio2020.
Instado a analisar as hipóteses do trio de portugueses já apurado, Frederico Morais, que vai defrontar logo na fase de grupos, e Teresa Bonvalot e Yolanda Sequeira, no quadro feminino, o japonês só tem elogios.
“Acho que os três surfistas portugueses nos Jogos têm capacidade de ganhar, a Yolanda, a Teresa e o Frederico são mais do que capazes”, atira.
Justifica a previsão arrojada com o facto de que “o próprio ato de se qualificar já não é fácil”, pelo que “qualquer um que esteja apurado pode ganhar”.
“Agora, é só ver quem quer mais chegar lá, quem tem aquele ritmo no Japão”, sentencia.
Igarashi, que nasceu na Califórnia, filho de pais japoneses, e de um pai praticante e ávido fã de surf, admite que se sente “em casa no Japão, em Portugal, e na Califórnia”, pelo que a ligação ao português e ao território nacional vem de há vários anos.
Em casa, só fala japonês, quando está na Califórnia, para onde os pais se mudaram após Kanoa surgir na barriga da mãe, “parece o Japão”. “A minha cozinha preferida é a japonesa, como com pauzinhos, tiro os sapatos a entrar em casa... (...) Sigo a cultura japonesa”, refere.
Esse conhecimento vai até à praia onde vão surfar, de Tsurigasaki, de dentro da ‘bolha’ de Chiba.
“É uma onda que já surfei várias vezes. Mas é no mar, toda a gente terá a mesma oportunidade. Se houver alguma vantagem, pode ser para mim”, comenta.
Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 vão decorrer entre sexta-feira e 08 de agosto, após o adiamento de um ano devido à pandemia da covid-19.
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