A Federação Portuguesa de Canoagem (FPC) encarou hoje com naturalidade as novas datas dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, apesar de assumir alguma “preocupação” pelo facto de os seus principais atletas já estarem em fase adiantada da carreira.
“A FPC vê isso com preocupação, uma vez que os nossos principais atletas estão na casa dos 30 anos, casos do Fernando Pimenta, João Ribeiro, Teresa Portela e Emanuel Silva, o mais velho. É claro que mais um ano em cima desta idade nos preocupa, mas estou seguro de que estamos a falar de desportistas que estão no ponto alto de maturação e vão acautelar esta situação, pelo que em Tóquio2020 se apresentação na melhor forma”, disse à Lusa o presidente federativo, Vítor Félix.
Yoshiro Mori, o presidente da organização japonesa, anunciou hoje que Tóquio2020 vai decorrer entre 23 de julho e 08 de agosto de 2021, praticamente um ano depois das datas previstas, entre 24 de julho e 09 de agosto de 2020, devido aos efeitos da pandemia de covid-19.
“A primeira reação é de congratulação pelo adiamento. A marcação da nova data está de acordo com as nossas expectativas, manter os Jogos Olímpicos durante o verão de 2021”, disse o dirigente.
Vítor Félix assumiu que os atletas “foram unânimes a dizer que [o adiamento] foi o melhor, tendo em conta a situação”, no entanto destaca a “desilusão” de quem “trabalhou e estava focado” e agora tem de adiar o sonho mais um ano, com a agravante de a seleção portuguesa ter vários canoístas em fase mais avançada da carreira.
O presidente da FPC aguarda ainda a decisão da Federação Internacional de Canoagem (ICF) quanto às quotas ainda a distribuir nas disciplinas de velocidade, slalom e vertente paralímpica, nomeadamente, quanto à marcação das novas datas, que deverão ser igualmente adiadas um ano, para maio de 2021.
Por fim, os Jogos vão ‘cair em cima’ do Campeonato do Mundo de juniores e sub-23, responsabilidade de Portugal em 2021, em Montemor-o-Velho, mas a FPC já trabalha com a ICF para encontrar uma nova data.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil. Dos casos de infeção, pelo menos 142.300 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, que está em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril, registaram-se 140 mortes e 6.408 casos de infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde.
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