No estádio olímpico de Tóquio, Warholm tornou-se o primeiro atleta a correr a distância abaixo dos 46 segundos, melhorando a marca mundial, que já lhe pertencia, para 45,94 segundos - um feito que os especialistas equiparam aos históricos registos de Usain Bolt, nos 100 metros, Bob Beamon, no salto em comprimento, Sergey Bubka, no salto com vara, ou Dick Fosbury, no salto em altura.
O recorde cai pouco mais de um mês depois de ele o ter baixado para 46,70 segundos, superando então por oito centésimos o 'velho' máximo do norte-americano Kevin Young nos Jogos Olímpicos Barcelona92.
Atrás do norueguês, de 25 anos e ainda com excelentes perspetivas para Paris2024, terminaram o norte-americano Rai Benjamin, que marcou 46,17 segundos, e o brasileiro Alison dos Santos (46,72), que ficaram com as medalhas de prata e bronze, respetivamente.
Com Warholm a funcionar como 'lebre', na prática, embalaram para o que são novos recordes da América do Norte e da América do Sul, sendo que sobem a segundo e terceiros melhores de todos os tempos.
Desde há quatro anos que Warholm aparece na melhor forma nos grandes momentos, juntando agora o ouro olímpico aos títulos mundiais conquistados em 2017 e 2019 e ao europeu conseguido em 2018.
O dia de atletismo no estádio olímpico de Tóquio foi de resto excelente, com a segunda marca mundial de sempre nos 200 metros femininos, novo 'show' de Armand Duplantis no salto com vara, a tripla medalha de ouro olímpica para Anita Wlodarczyk ou o surpreendente sucesso 'das mais novas' nos 800 metros.
Nos 200 metros, a jamaicana Elaine Thompson conseguiu a ‘dobradinha’ das provas de velocidade, já que também chegara ao ouro nos 100 metros.
Três dias depois do hectómetro, Thompson voltou a ser a melhor e com excelente nota, já que os 21,53 segundos com que ganhou são o segundo registo mais rápido de sempre na especialidade, retirando também da lista de recordes da Jamaica a última marca da lendária Merlene Ottey.
A jamaicana só não conseguiu fazer melhor do que os 21,34 segundos da norte-americana Florence Griffith-Joyner, de 29 de setembro de 1988, em Seul, que são recorde mundial e olímpico.
No segundo lugar terminou a jovem prodígio da Namíbia Christine Mboma, de 18 anos, que só corre a distância há dois meses, depois de ter sido impedida de alinhar nos 400 metros, devido às regras sobre a hiperandrogenia.
Mboma voltou a bater o recorde mundial sub-20, que faz descer para 21,81 segundos, enquanto a norte-americana Gabrielle Thomas foi terceira, com 21,87.
O sueco Armand Duplantis confirmou um dos títulos mais previsíveis do atletismo, mas sem conseguir associar ao triunfo no salto com vara o recorde mundial, que tentou.
Aos 21 anos, Duplantis consegue a sequência quase perfeita e junta o cetro olímpico às medalhas de campeão da Europa e de prata no último Mundial.
Passou mais uma vez, sem vacilar, a barreira dos seis metros, com 6,02, e, como se esperava, mandou subir a fasquia para os 6,19, o que seria recorde mundial por um centímetro. No primeiro ensaio, derrubou por pouco.
A polaca Anita Wlodarczyk conseguiu uma histórica terceira medalha de ouro consecutiva no lançamento do martelo, contrariando as expectativas de uma final em que não era favorita. O melhor ensaio da campeã foi de 78,48 metros.
A jovem norte-americana Athing Mu, de apenas 19 anos, venceu a final dos 800 metros, liderando a corrida do princípio ao fim e fixando um novo recorde nacional absoluto, com 1.55,21 minutos.
Atrás da campeã nacional dos Estados Unidos chegou outra atleta também júnior e igualmente a fixar um recorde nacional absoluto - a britânica Keely Hodgkinson, creditada em 1.55.88 minutos.
Na outra final do dia, a alemã Malaika Mihambo sagrou-se campeã do salto em comprimento, com sete metros exatos, numa final em que as quatro melhores ficaram separadas por apenas nove centímetros.
No último salto, Malaika Mihambo superou em três centímetros o melhor salto da norte-americana Britney Reese, que revalidou a prata conseguida há cinco anos nos Jogos Rio2016, depois de ter sido campeã olímpica em Londres2012.
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