Os Estados Unidos continuaram nos Jogos Olímpicos Tóquio2020 a ser o país mais medalhado no atletismo, mas com uma quebra de cerca de metade a nível de medalhas de ouro conquistadas face ao Rio2016.
Individualmente, o destaque vai, naturalmente, para os três recordes mundiais (Karsten Warholm, Sidney Maclaughin e Yulimar Rojas), mas também para a histórica 11ª medalha de Allyson Felix e para a 'tripla' de medalhas de meio-fundo em pista de Sifan Hassan, ainda que ‘só’ duas de ouro.
A mais estranha de todas as edições olímpicas até agora, adiada um ano por causa da pandemia de covid-19 e sem público nas bancadas, foi de contentamento para Portugal, com as medalhas de Pedro Pichardo (ouro) e Patrícia Mamona (prata), e ainda os diplomas de finalistas de João Vieira, Auriol Dongmo e Liliana Cá, a deixar o país em 15º no quadro de medalhas e 17.º na classificação por pontos - bem acima do Rio2016, quando foi 38.º por pontos e sem medalhas.
Portugal foi uma das nações que mais subiu no quadro de pontos, a par do Uganda, de 52.º para 14.º, e, sobretudo, da Itália, de 26.º para 12.º, mas com cinco medalhas de ouro, que contrastam com a ausência de vitórias no Rio de Janeiro.
Esses cinco ouros colocam a Itália num inédito segundo lugar, a dois apenas das sete alcançadas pelos Estados Unidos (foram 13 no Rio2016) e com mais uma do que Jamaica, Quénia e Polónia.
Face ao que aconteceu há cinco anos, constata-se que quenianos e jamaicanos também descem - tiveram seis -, mas não tanto quanto a grande potência da modalidade.
Por pontos, os Estados Unidos caem de 310 para 263 pontos, o Quénia de 131 para 104 e a Jamaica mantém os 106 pontos de há cinco anos. Continuam como os 'três grandes', num panorama dividido como nunca, que até rendeu títulos à Índia e Porto Rico, mas nenhum às tradicionais França e Grã-Bretanha, nem tão pouco ao Japão, país organizador.
Três recordes mundiais caíram na pista de Tóquio, para a venezuelana Yulimar Rojas, no triplo salto feminino, e nos 400 metros barreiras, para a norte-americana Sidney MacLaughlin e para o norueguês Karsten Warholm, este último considerado pelos especialistas como a grande marca destes Jogos.
A Noruega esteve de resto 'em alta' em Tóquio, já que assegura igualmente um triunfo e um recorde da Europa para o jovem Jakob Ingebrigtsen nos 1.500 metros.
Quem também chegou ao recorde da Europa dos 100 metros foi o italiano de origem texana Lamont Marcell Jacobs, a 'riscar' da lista o máximo do português Francis Obikwelu, que se aguentava desde 2004.
Rojas, atleta mundial do ano de 2020, já andava a 'ameaçar' o recorde do triplo salto há muitos meses. Acabou por ser agora que caiu e percebeu-se que quer aproximar-se ainda mais da barreira dos 16 metros.
Na mesma final, Patrícia Mamona superou pela primeira vez os 15 metros, com um concurso exemplar em que por três vezes superou o anterior recorde nacional.
No Rio2016, Sidney Maclaughin era a 'benjamim' da sua seleção, com 16 anos. Agora, é um dos destaques do coletivo norte-americano, com este recorde e duas medalhas de ouro (nas barreiras e na estafeta 4x400 metros).
A sua ascensão contrasta com o fim de ciclo olímpico de Allyson Felix, a norte-americana que brilhou em 200 e 400 metros. No último dia de provas no estádio ajudou a sua equipa a chegar ao ouro, tornando-se a atleta mais medalhada de sempre, com 11 subidas ao pódio.
Quem também perseguia um feito 'imortal' era a neerlandesa Sifan Hassan, que pretendia ser campeã em 1.500, 5.000 e 10.000 metros. Falha por pouco, já que só na distância mais curta não arrecadou o ouro (foi bronze), batida pela queniana Faith Kipyegon, que defendeu o título.
Ryan Crouser (Estados Unidos) também defendeu o título no peso, tal como Eliud Kipchoge (Quénia, maratona), Elaine Thompson (Jamaica, 200 metros), Shaunae Miller (Bahamas, 400 metros), Anita Wlodarczyk (Polónia, martelo), Nafissatou Thiam (Bélgica, heptatlo) e as duas estafetas norte-americanas de 4x100 metros.
Aos três recordes mundiais há ainda que acrescentar para a história mais cinco recordes olímpicos, para Elaine Thompson nos 100 metros, Faith Kypiegon, nos 1.500, Ryan Crouser, no peso, o canadiano Damian Warner, no heptatlo, e ainda na estreante estafeta mista de 4x400 metros, conquistada pela Polónia.
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