“Ao longo dos anos trabalhei sempre de forma focada e arduamente com vista a este objetivo, estar em Tóquio, não para participar, mas para deixar a minha marca, e acho que consegui fazê-lo aqui hoje”, disse a judoca no final.
Na sua estreia, na maior competição desportiva mundial, Catarina Costa venceu três de cinco combates, entre os quais a campeã olímpica do Rio2016, e amiga, a argentina Paula Pareto, e ficou à porta do pódio.
“Não sei o que é que faltou no quase, deixei tudo no tapete, mais do que isso, deixei tudo em cada treino que fiz na minha preparação, sobretudo nesta preparação mais final”, justificou, no final, aos jornalistas presentes no Nippon Budokan.
Para Tóquio2020, com Portugal a igualar no judo a sua maior delegação de sempre, com oito atletas, o mesmo número que levou a Barcelona92, a Catarina, a competir no peso mais leve, coube a ‘tarefa’ de marcar a estreia.
“Apesar de ter ficado a um degrau do pódio, sinto-me orgulhosa pelo trajeto que fiz hoje, por cada combate, por cada momento que vivi naquele tapete”, acrescentou, garantindo que se divertiu e ter aproveitado ao máximo a presença no “maior palco mundial do judo”.
A judoca de Coimbra, de 24 anos, oitava do ‘ranking’ mundial, justificou com muito estudo o bom desempenho de hoje, com triunfos diante da azeri Aisha Gurbanli (34.ª), da chinesa Li Yanan (24.ª) e da argentina Paula Pareto (sexta), e derrotas com a ucraniana Daria Bilodid (segunda) e com a mongol Urantsetseg Munkhbat (quarta).
“Estudámos [com o treinador João Neto] todas as adversárias nas últimas semanas, delineamos a estratégia e penso que com todas resultou, os combates que perdi, as atletas tiveram ali um momento em que foram melhores e conseguiram vencer esses combates”, disse.
Em relação à vitória diante de Paula Pareto, a campeã olímpica no Rio de Janeiro, Catarina terminou o combate com um abraço à sua adversária.
“O momento final foi emotivo, bonito, é uma grande amiga minha, foi um momento de respeito e fico feliz de ter vivido esse momento aqui, nos Jogos Olímpicos”, revelou em relação à argentina, que é fornada em medicina, enquanto Catarina está a completar o curso, em que frequenta o quinto ano.
“Entrei para o combate confiante, como a Telma nos disse ontem [sexta-feira] aqui, começa tudo do zero, não há favoritos, e encarei o combate com confiança, quando pontuei pensei para mim tens que ter cabeça, tens de ter calma, está quase, e segui a estratégia até ao fim”, explicou.
Já a descomprimir, a judoca disse também que só agora, quando questionada, lhe “caiu a ficha” de ter estado a disputar uma medalha olímpica, num percurso em que o objetivo “é regressar, já em Paris”, em 2024.
Com as bancadas despedidas de público, devido às restrições impostas face à pandemia da covid-19, a judoca enalteceu também o apoio dos companheiros de seleção, com a Patrícia (Sampaio), a Rochele (Nunes), ou Rodrigo (Lopes), judoca que apoia em treino, estiveram a apoiar e a puxar por ela.
“Somos muito chegadas, temos uma ambição comum. Vou também viver o dia delas, se calhar mais nervosa (…). Fazem a diferença ao longo do dia”, disse, em jeito de agradecimento ao apoio sentido.
Portugal prossegue nos próximos dias a competição no ‘judo olímpico’, com a entrada em cena de Joana Ramos (-52 kg), Telma Monteiro (-57 kg), Anri Egutidze (-81 kg), Bárbara Timo (-70 kg), Patrícia Sampaio (-78 kg) e o bicampeão mundial Jorge Fonseca (-100 kg), e Rochele Nunes (+78 kg).
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