Os organizadores de Tóquio 2020 vão começar a trabalhar nos protocolos de segurança para permitir que os Jogos Olímpicos aconteçam se a pandemia de COVID-19 ainda estiver bem presente.
Mas os Jogos Olímpicos de Tóquio, que deveriam começar na próxima sexta-feira até terem sido adiados por um ano, não são os primeiros a verem-se a mãos com um crise de saúde, ainda que o desafio causado pela COVID-19 não tenha precedentes.
A Agence France-Presse olhou para outras edições das Olimpíadas que seguiram em frente, apesar de surtos virais.
Nagano 1998 - Gripe
Havia um surto de influenza na última vez que o Japão recebeu as olimpíadas - os Jogos Olímpicos de Inverno em Nagano, 1998.
Quase 1500 alunos na região de Nagano tiveram crime e cerca de 200 pessoas ligadas aos Jogos ficaram doentes - ainda que os membros da organização tenham enfatizado que existiam outras doenças responsáveis.
O vírus impediu o patinador de velocidade norueguês, vencedor da medalha nos 1500 metros, Adne Sondral, de tentar fazer a dobradinha nos 1000 metros.
Tanja Szewczenko, patinadora artística alemã, desistiu por receio face à situação e o Comité Olímpico Internacional também foi envolvido, avisando os atletas sobre a gripe e aconselhando que tomassem muitos líquidos.
O surto de gripe não estava relacionado com a mortal gripe das aves que atingia o sul da China na altura.
Rio 2016 - Zika
Antes dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, o Zika dominava as conversas, um vírus transmitido por mosquitos que levava a que mulheres gravidas dessem à luz crianças com microcefalia - uma deformação que resulta em cérebros e cabeças anormalmente pequenas.
O surto de Zika começou em 2015 e afetou cerca de 1,5 milhões de pessoas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a maioria no Brasil.
Existia a preocupação de que os visitantes internacionais dos Jogos pudessem propagar o vírus mundialmente, apesar da OMS ter definido o risco como "mínimo".
Alguns dos principais tenistas e golfistas - incluindo o atual número um mundial Rory McIlroy - decidiram não competir devido aos receios face ao vírus.
As histórias provaram-se mais dramáticas que os fatos, sem surgirem novos casos durante os Jogos.
México 1968 - Gripe
Os Jogos Olímpicos de 1968, no México, foram realizado durante uma das maiores pandemias do século XX, a gripe de Hong Kong.
Propagou-se ao longo da Ásia, antes de chegar a que era na altura uma colónia britânica e chegou às Américas no final de 1968, acabando por matar cerca de um milhão de pessoas mas teve pouco impacto nos Jogos.
Antuérpia 1920 - Gripe
Realizados no rescaldo da Gripe Espanhola, considerada a mais mortífera na história e provocando a morte de 50 milhões de pessoas, os Jogos de Antuérpia foram vistos como um símbolo do esforço da humanidade na reconstrução após a devastação provocada pela I Guerra Mundial.
Ainda que a Gripe Espanhola tenha morto cinco vezes mais pessoas que aquelas que morreram na guerra de 1914 a 1918, o impato do vírus passou para segundo plano devido ao conflito global.
Um século depois, os organizadores de Tóquio 2020 realçam que se os jogos acontecerem serão de novo um símbolo do triunfo sobre a adversidade.
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