O presidente da Federação Portuguesa de Vela, José Manuel Leandro, disse hoje ter sido surpreendido com a notícia da gravidez de Carolina Borges e espera por decisões do Comité Olímpico de Portugal sobre o «processo de averiguações» à velejadora.
«Ela surpreendeu-nos com aquelas declarações de que estaria grávida e é só isso que eu sei. O chefe de missão fez um comunicado que me pareceu bem, razoável e não há muito mais para dizer. Fomos apanhados completamente desprevenidos», admitiu Leandro.
No dia em que o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), Vicente Moura, admitiu a irradiação da atleta, que perdeu a acreditação no dia de arranque da competição olímpica de RS:X, Leandro disse que irá aguardar por uma «posição oficial» do COP, mas que, até lá, vai manter «o mesmo apoio que presta a todos os velejadores».
O presidente do COP, Vicente Moura, acusou hoje a velejadora de «oportunismo» ao ter tentado estar nos Jogos com o marido, o velejador norte-americanno de Star Mark Mendelblatt, e admitiu a sua erradicação, no seguimento do processo de averiguações que será instaurado à atleta.
José Manuel Leandro confirmou que a velejadora luso-brasileira terá "sugerido" o nome de Nuno Barreto, presidente da comissão de atletas olímpicos, como seu treinador pessoal, mas que a qualificação tardia e as regras da FPV para a atribuição de técnicos impediam que ela beneficiasse de um estatuto diferente.
«A Carolina nunca nos causou qualquer problema ou nos fez exigências que não fossem normais. Falei com ela em maio e ela falou-me na situação do treinador. Eu expliquei-lhe que ela não podia ter um técnico só para ela, não era permitido. No caso dela, o apuramento já tinha sido feito fora de prazo da indicação das pessoas que poderiam estar aqui nos Jogos, mas que iria ser acompanhada pelo treinador do João Rodrigues», explicou.
O presidente da FPV considerou que houve uma «gestão correta» do caso por parte da Chefia da Missão Portuguesa, admitindo algumas «contradições» por parte da velejadora: «Resta saber se foi porque ela não se soube explicar bem ou se existem outras razões».
«Vou esperar por algum relatório ou decisão formal do Comité Olímpico sobre a Carolina para depois a federação poder analisa-lo e agir em conformidade», frisou.
O dirigente confirmou que a embarcação utilizada por Carolina Borges na qualificação «era dela» e fez o percurso de qualificação olímpica «por conta dela». «Gastou algum dinheiro para poder cá estar», assumiu.
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