O presidente do Comité Olímpico de Portugal, Vicente Moura, afirmou na quinta-feira que a conquista de poucas medalhas nos Jogos acaba por «não ser obra do acaso» já que o investimento feito foi «menor que noutros países europeu.»
O dirigente, que falava durante a sessão "Café com... prata. Como se 'fabrica' um medalhado olímpico", que decorreu na Associação Náutica do Seixal, apelou ainda a um maior apoio estatal para que haja um melhor aproveitamento nos resultados desportivos.
«É preciso o apoio sustentado do Estado, das autarquias e dos clubes. Os resultados nos Jogos Olímpicos não foram obra do acaso. Portugal foi um dos países que teve menos investimento a nível europeu para a formação de atletas. Foi feito um investimento inferior a 14 milhões de euros a dividir por quatro anos. Para se ter uma ideia, Inglaterra, só para 2013, anunciou já um investimento superior a 160 milhões», sustentou.
A sessão contou com a presença do Secretário do Desporto e Juventude, Alexandre Mestre, e do canoísta medalhado olímpico em Londres2012 Fernando Pimenta, acompanhado pelo seu treinador, Hélio Lucas, que aproveitou para falar da experiência pessoal ao longo do desenvolvimento enquanto atleta e estudante, deixando claro que só «depois das férias» irá decidir se irá apostar na categoria K1 ou K2.
Já o governante, que voltou a abordar a criação do Plano Nacional de Ética no Desporto, bem como o Museu Nacional do Desporto, sustentou que os Centros de Alto Rendimento (CAR) têm de ser potenciados para o desenvolvimento dos atletas com o intuito de estes poderem obter resultados desportivos.
Alexandre Mestre criticou ainda a «dispersão» das orientações que vinham do «governo anterior», uma vez que foram criados CAR que «não o são de facto.»
«Criaram-se 18 Centros de Alto Rendimentos, pelo anterior governo. A maior parte destas infraestruturas não o são de facto. Não tinham sido gizados planos para a sua utilização. Não foram acauteladas as formas de utilização, nem a sua articulação com as autarquias e federações desportivas. Mas já que as há, temos de as aproveitar para as maximizar em prol dos atletas», retorquiu.
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