Mais de oito centenas de atletas portugueses garantiram presença em Jogos Olímpicos, número ultrapassado em Tóquio2020 e que vai ter 37 novos nomes em Paris2024.
No total, a história olímpica nacional é feita por 801 atletas, alguns dos quais, por lesão ou doença, acabaram por não subir ao maior palco, apesar de terem tido o seu lugar confirmado em Jogos Olímpicos.
Com vários desportistas a competirem em edições diferente e até em modalidades diferentes, as participações lusas atingiram as 1.192 em Tóquio2020, nuns Jogos adiados em um ano, devido à covid-19.
Na capital japonesa, estiveram 92 atletas, um número inflacionado pelos 14 jogadores da estreante seleção de andebol, um número igual ao do Rio2016, quando o futebol levou 18 representantes.
Os 107 de Atlanta, nos Jogos do Centenário, em 1996, são ainda o máximo numa edição, sendo que Portugal também ultrapassou a centena (101) em 1992, em Barcelona, números para os quais contribuíram as equipas de futebol (18) e hóquei em patins (10), respetivamente.
Os Jogos Olímpicos começaram em 1896, em Atenas, mas Portugal falhou as primeiras quatro edições, estreando-se apenas à quinta, em 1912, em Estocolmo, na Suécia, com a morte trágica do maratonista Francisco Lázaro, um de seis atletas portugueses presentes.
Em 1920, Portugal levou 14 desportistas, que competiram em esgrima e tiro, e, em 1924, estiveram 29 em Paris, de oito modalidades, com a representação lusa a conquistar a primeira medalha, de bronze, na prova de obstáculos por equipas, pelos cavaleiros José Mouzinho de Albuquerque, Aníbal Borges de Almeida e Hélder de Sousa Martins
Na edição seguinte, em 1928, Portugal voltou a bater o seu recorde, com 32 atletas em Amesterdão, incluindo a equipa de futebol. Foi, porém, a esgrima a chegar à medalha, de bronze, graças à equipa de espada.
Depois de só levar seis atletas a Los Angeles, em 1932, Portugal também não se fez representar com muitos em Berlim, mas os 19 foram suficientes para o terceiro bronze, de novo para o equestre e na prova coletiva de obstáculos, e quase meia centena (46) foram a Londres1948, com dois ‘metais’, prata para o Swallow dos velejadores Duarte Bello e Fernando Bello e novo bronze no hipismo.
Helsínquia1952, que trouxe mais um bronze, na vela, assinalou a primeira delegação verdadeiramente de ‘peso’, com 71 atletas, incluindo as primeiras três mulheres, em representação das cores nacionais, em 10 modalidades.
Quatro anos volvidos, na ‘distante’ Melbourne, Portugal apenas colocou 12 atletas, em contraste com os 65 de Roma1960, para um recorde de 12 modalidades, com uma prata na vela, antes de um decréscimo de apurados
Vinte e um em Tóquio (1964), 20 na Cidade do México (1968), 29 em Munique (1972), 19 em Montreal (1976) e 11, apesar do boicote norte-americano, em Moscovo (1980), com poucos resultados de monta até ao Canadá, com duas medalhas de prata, de Carlos Lopes, nos 10.000 metros, e Armando Marques, no fosso olímpico (tiro).
Em 1984, numa edição marcada pelo boicote dos países de Leste, como resposta ao impulsionado quatro anos antes pelos Estados Unidos, Portugal contou com 38 atletas e somou, finalmente, o seu primeiro título olímpico, pelo maratonista Carlos Lopes, ao lado de outros dois bronzes, um deles de Rosa Mota, primeira mulher portuguesa medalhada.
O número de portugueses ‘disparou’ para 66, de 13 modalidades, em Seul, na Coreia do Sul, de onde chegou o segundo ouro e primeiro no feminino, obra, novamente, de Rosa Mota, vencedora da maratona.
Em Barcelona (1992) e Atlanta (1996) assistiu-se a uma verdadeira ‘romaria’ portuguesa, com 101 atletas na Catalunha, sem resultados à altura, e 107 nos Estados Unidos, onde Fernanda Ribeiro conquistou o terceiro ouro luso, nos 10.000 metros, e a vela regressou ao pódio 36 anos depois.
Nas últimas quatro edições, a representatividade baixou, mas Portugal não mais falhou as medalhas – a edição de 1992 foi a última em ‘branco’ –, com dois bronze em Sydney (2000), com 62 atletas, e duas pratas e um bronze em Atenas (2004).
Em Pequim (2008), Nelson Évora (triplo salto) selou o quarto ouro para Portugal, que levou 77 atletas à China e menos um a Londres (2012), onde a delegação lusa, com um recorde de 32 mulheres, foi salva pela prata dos canoístas Fernando Pimenta e Emanuel Silva (K2 1.000 metros).
No Rio2016, uma delegação de 92 atletas, incluindo 18 futebolistas, voltou a conseguir só uma medalha, de bronze, por Telma Monteiro (-57 kg), umas de 30 mulheres presentes.
Tóquio2020 entrou para a história olímpica portuguesa, com quatro medalhas, feito inédito, um ouro, de um dos estreantes, Pedro Pichardo, no triplo salto que ‘deu’ a prata a Patrícia Mamona, e dois bronzes, do judoca Jorge Fonseca e do canoísta Fernando Pimenta.
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