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A dupla portuguesa ficou-se pela oitava posição.
Francisco Andrade realçou hoje que as equipas adversárias na “Medal Race” da Classe 49er em vela dos Jogos de Londres2012 têm orçamentos «ridiculamente superiores» aos dos portugueses e interrogou como é possível pedir medalhas numa “batalha tecnológica desigual».
«Os nossos adversários têm orçamentos ridiculamente superiores ao nosso. Ontem [terça-feira] tivemos uma conversa com o australiano e enquanto nós temos 115.000 euros por campanha olímpica, eu e o Bernardo, ele tem 800.000 euros para investir. Ele tem um orçamento sete a oito vezes superior ao nosso», começou por afirmar Francisco Andrade, questionando: «Como é que se podem pedir medalhas?»
O orçamento dos australianos inclui todo o tipo de despesas, tanto com barcos, velas, deslocações e equipa técnica, e o orçamento não difere muito dos orçamentos da maioria das equipas que estiveram na “Medal Race” de hoje em Weymouth.
O “proa”, de 32 anos, considerou que o oitavo lugar final deixa «um sorriso na cara» e foi «uma grande conquista» para a dupla portuguesa, mas prefere não falar já sobre a futura campanha olímpica do Rio de Janeiro, pois é preciso primeiro saber quais serão os apoios disponíveis.
O coordenador do Projeto Olímpico de Vela da Federação Portuguesa de Vela, Rui Reis, também abordou hoje a questão do próximo ciclo olímpico.
«Neste momento estamos a tentar perceber qual vai ser o cenário no próximo quadriénio, ou nos próximos oitos anos. Não deve haver uma paragem do projeto olímpico, deve ser contínuo. O investimento que o Estado faz na vela é demasiado importante para se parar e, cada vez que se para, é muito mais caro retomar», comentou.
Rui Reis disse que é «importante que se defina o mais rapidamente possível o que vai ser o Brasil2016», até porque as qualificações olímpicas começam em 2014, um ano antes do que aconteceu para Londres2012.
«Temos só dois anos para a preparação», avisou, rematando: «Tem de haver uma sequência, desde os juniores até ao Projeto, para que haja uma renovação de atletas. Há falta de investimento nas camadas mais jovens», disse.
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