Nelson Évora julgou injusta a manutenção da suspensão do atletismo da Rússia por parte da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF), por considerar que outros deveriam ser também afastados dos Jogos Olímpicos Rio2016.
“Vou ser um pouco polémico. Para excluírem os russos, tinham de excluir outros países também. Eu sou dos que estava a favor da Rússia participar. Pode haver um sistema que apoiava o doping, mas havia atletas limpos e é injusto para esses. Era como se 80 por cento da nossa modalidade estivessem manchados, os outros 20 iriam ser prejudicados. Para a Rússia ser castigada, havia muitos outros países que também deveriam ser castigados e não vão ser”, disse.
A IAAF decidiu hoje manter a suspensão dos russos das competições internacionais, na sequência de sucessivos casos de dopagem e da acusação de um esquema para beneficiar os atletas russos prevaricadores.
À margem da apresentação dos equipamentos da missão portuguesa ao Rio2016, junto ao Navio Escola Sagres, em Lisboa, a marchadora Inês Henriques disse que “é justo, porque durante muitos anos na marcha eram mulheres e homens de outro mundo”.
“Não era normal ninguém conseguir acompanhá-los. Sabíamos que havia algo errado, ainda para mais vinham todos de um centro de alto rendimento em Saransk, em que 20 atletas foram suspensos. É muito justo. Desclassificaram-nos, mas devia de haver mais alguma coisa. Enganaram o mundo inteiro”, referiu.
Para Inês Henriques, ter subido um lugar, de 15.ª para 14.ª, nos Jogos Londres2012, não é suficiente.
“Mas o que ganhámos com isso? É só um lugar. Outras coisas que perdemos, como a final do circuito mundial da marcha. Não nos vão dar o dinheiro. Acho que é justo, mas ainda falta algo mais, para quem trabalha tanto sabe a pouco só subirmos um lugar”, lamentou.
O chefe da Missão Portuguesa ao Rio2016, José Garcia, considerou “acertada” a decisão da IAAF, acrescentando que “gostaria que todos os batoteiros fossem eliminados dos Jogos Olímpicos”.
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