Apesar da sua enorme experiência, João Rodrigues ainda não sabe como se irá sentir quando entrar no Maracanã como porta-estandarte de Portugal na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio2016, os seus sétimos consecutivos.
“É uma honra e um privilégio enorme ser o porta-estandarte da missão portuguesa nos Jogos do Rio. Não consigo imaginar o que será entrar no estádio do Maracanã, onde nunca entrei, num ambiente claramente lusófono, com a nossa bandeira. Vai ser a cereja no topo do bolo destes 28 anos de carreira desportiva”, assumiu, em entrevista à agência Lusa.
O primeiro ato oficial de João Rodrigues como porta-estandarte ocorreu a 21 de junho, quando entregou ao primeiro-ministro António Costa a bandeira portuguesa que será transportada pelo Navio Escola Sagres até ao Rio de Janeiro, a tempo da abertura dos Jogos, com o madeirense a revelar que “foi difícil controlar as emoções”.
“Pensava que, ao longo destes 24 anos, tinha aprendido a controlar as emoções, mas há sempre algo que nos leva a perceber que ainda temos muito para aprender e que nunca estamos preparados para tudo”, referiu.
Campeão do mundo e da Europa, a João Rodrigues ‘só’ falta uma medalha olímpica, mas a experiência dos seus 44 anos fazem-no acreditar que talvez não fosse esse o papel que estava reservado para si.
Se em anos anteriores os porta-estandartes foram medalhados ou candidatos a vencer medalhas, desta vez a escolha, segundo João Rodrigues, foi “numa pessoa que realmente não parte como favorito a ganhar uma medalha, nem nada que se pareça”, falando em “um ato de coragem do chefe de missão”, José Garcia.
“Esse se calhar foi o meu papel neste percurso todo. Não foi ganhar medalhas, mas foi construir uma carreira com o olimpismo como pano de fundo ao longo destes anos todos. Vivi os últimos 28 anos em ciclos de quatro anos, em ciclos olímpicos e no final vou ser eu o porta-estandarte e isso é o que dá significado a estes anos. Se calhar o meu papel nos Jogos Olímpicos era este”, concluiu.
Depois de ter começado a sua carreira olímpica em Barcelona92, João Rodrigues vai despedir-se no Rio de Janeiro na sua sétima presença consecutiva em prancha a vela (RS:X), tendo conquistado dois diplomas, com o sexto lugar em Atenas2004 e o sétimo em Atlanta96 (em ambos a classe chamava-se Mistral).
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