A portuguesa Maria Inês Barros mostrou-se hoje muito feliz por ter alcançado um diploma na sua estreia em Jogos Olímpicos, apesar da eliminação no ‘shoot-off’ de fosso olímpico de Paris2024.
Primeira mulher portuguesa a disputar o fosso olímpico, Maria Inês Barros terminou no oitavo lugar, naquele que é o terceiro melhor resultado português na disciplina em Jogos Olímpicos, depois da prata de Armando Marques em Montreal1976 e do sétimo de Manuel Vieira da Silva em Atlanta1996.
“Consegui cumprir os meus objetivos pessoais, que não tinha revelado, que era no mínimo conseguir o meu recorde pessoal, que era 119. Consegui fazer a marca de 121 e fui para a última pranchada a saber que precisava do 25, se quiser pensar em chegar à final. Isso deu-me acesso ao ‘shoot-off’, que infelizmente não correu muito bem, mas estou muito feliz com o resultado e com o diploma”, assumiu, em declarações à agência Lusa.
Com 23 cumpridos este mês, a penafidelense assinou recentemente pelo Benfica, mas isso não a vai fazer abandonar o curso de Medicina Veterinária, no qual está no quinto ano, mesmo que apenas tenha feito metade do segundo semestre, para se focar nos Jogos.
“Vai-se manter o estudo, porque eu não consigo abdicar de uma das coisas, porque eu adoro as duas áreas, e se eu abdicasse de uma delas ia ficar desapontada comigo mesma, e ia ficar triste no futuro, porque ia sentir falta de uma delas. Então, enquanto eu conseguir, vou conseguir conciliar as duas o melhor que eu conseguir”, garantiu.
Após a sua primeira presença em Jogos Olímpicos, Maria Inês Barros sabe que tem “de começar a pensar nos próximos, que são em Los Angeles”.
“A pensar na minha preparação, o que é que eu fiz bem, o que é que eu fiz mal. E pronto, mentalizar-me que daqui a pouco tenho de começar a trabalhar para os próximos de Los Angeles”, afirmou.
As provas de tiro com armas de caça dos Jogos Olímpicos Paris2024 disputaram-se em Châteauroux, a quase 300 quilómetros de Paris, algo que fez a jovem atiradora perder um pouco da sua primeira experiência olímpica, mas permitiu-lhe estar mais focada na competição.
“Como estávamos tão longe da Aldeia, deixámos de ter aquele espírito olímpico tão presente, a única coisa que eu tinha aqui alusiva a isso é Paris2024 por todo o lado, nos postes e no campo de tiro. Mas, sim, eu fiquei um bocado triste, porque eu gostava de poder estar na Aldeia, de poder ter aquela experiência total olímpica. Mas, sim, acabou por ajudar-me um bocadinho a controlar os nervos”, referiu.
O ‘shoot-off’ decorreu sem público, por decisão do responsável do espaço, com muitas pessoas a amontoarem-se junto às entradas sem que fosse dada qualquer explicação.
Entre as pessoas que tentavam entrar estavam os pais e alguns familiares e amigos de Maria Inês Barros, visivelmente desapontados por não terem podido dar um último alento à atiradora.
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