Por entre uma pandemia de COVID-19 que teima em não abrandar, com um número crescente de atletas infetados, os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022 têm esta sexta-feira a sua cerimónia de abertura. Uns Jogos marcados, para além da pandemia, por protestos, boicotes diplomáticos e pedidos por parte do Comité Olímpico para que os atletas sejam "responsáveis" na forma como abordam questões políticas.
O SAPO Desporto resume-lhe tudo o que precisa saber sobre o evento.
Quando começam e quando acabam?
A cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022 está marcada para esta sexta-feira, 4 de fevereiro, pelas 20h00 locais (12h00 de Portugal continental). Porém, a competição já arrancou, com a fase de grupos do evento de curling a ter tido o seu início a 2 de fevereiro. A cerimónia de encerramento vai ter lugar 20 de fevereiro.
Como será a Cerimónia de Abertura?
Como é hábito em quaisquer Jogos Olímpicos, os detalhes da Cerimónia de Abertura estarão em sigilo até ao início da mesma. Sabe-se, contudo, que esta deve durar cerca de 100 minutos e contará com 3.000 artistas. Sabe-se também que o cineasta chinês Zhang Yimou, premiado em diversos festivais internacionais, vai dirigir a cerimónia, ele que tinha sido também já responsável pela cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos Pequim2008.
Onde vão ter lugar os Jogos?
Os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 serão realizados em três zonas da China: Pequim, Yanqing e Zhangjiakou. Os desportos no gelo serão realizados no centro de Pequim, bem como algus eventos de neve (snowboard big air e freestyle ski big air, masculino e feminino). As Cerimónias de Abertura e Encerramento também acontecerão em Pequim.
Yanqing, um subúrbio montanhoso da capital da China, localizado a aproximadamente 75 km a noroeste do centro da cidade, sediará eventos de esqui alpino, bem como as provas de bobsleigh e luge, para além de albergar ainda a Aldeia Olímpica, onde os atletas permanecem. Zhangjiakou, localizada a aproximadamente 180 quilómetros a noroeste de Pequim, sediará a maioria dos eventos de esqui.
Haverá espectadores nas bancadas?
Inicialmente, a organização tinha decidido vender apenas bilhetes a habitantes da China para diminuir os riscos de contágio do coronavírus SARS-Cov-2. Porém, em meados de janeiro o Comité Olímpico Internacional (COI) anunciou que só vão ser autorizados grupos específicos de espectadores, cancelando a venda ao público de bilhetes devido à atual situação pandémica. Os Jogos de Inverno vão disputar-se numa restrita ‘bolha sanitária’, da qual os desportistas e restantes participantes não poderão sair.
Quem é a mascote?
A mascote dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022 é o Bing Dwen Dwen, um panda gigante, o animal nacional da China, e que é agora o embaixador dos desportos de inverno, promovendo o espírito Olímpico e espelhando a força dos atletas.
Bing Dwen Dwen significa, em mandarim, gelo, robustez e vivacidade. Todo o corpo está envolto numa concha de gelo que remete também para as novas tecnologias e para um futuro de infinitas possibilidades. A mascote foi desenhada por Cao Xue e selecionada entre as mais de 5800 propostas que chegaram de 35 países.
Quais os desportos que integram estes Jogos Olímpicos de Inverno?
A competição, com 109 eventos totais entre 15 disciplinas de sete desportos diferentes, reunirá 2.871 atletas, ou perto disso, com 1.581 homens esperados e 1.290 atletas femininas.
Serão, ao todo, 109 os eventos a ditar a atribuição de medalhas, divididos por 15 disciplinas (de sete desportos diferentes). São elas: Biatlo, Bobsleigh, Combinado nórdico, Curling, Esqui alpino, Esqui cross-country, Esqui estilo livre, Hóquei no gelo, Luge, Patinagem artística, Patinagem de velocidade, Patinagem de velocidade em pista curta, Salto de esqui, Skeleton e Snowboard.
Esta edição terá sete novos eventos que atribuem medalhas, com a introdução de várias categorias também no feminino e a chegada do ‘big air’ e várias competições mistas.
O evento reunirá 2.871 atletas, sendo 1.581 homens e 1.290 atletas femininas.
E atletas portugueses? Quantos serão e em que provas participarão?
Serão três os portugueses em prova, à procura de melhorar os feitos de edições anteriores da missão lusa: Ricardo Brancal e Vanina de Oliveira Guerillot, no esqui alpino, e José Cabeça, no esqui de fundo. Ricardo Brancal e Vanina Oliveira serão os porta-estandartes lusos em Pequim2022.
Tanto o covilhanense Ricardo Brancal, de 25 anos, como Vanina Oliveira, de 19 anos, residente em França, são estreantes nos Jogos Olímpicos de Inverno e vão disputar as provas de slalom e slalom gigante.
O chefe de missão da comitiva portuguesa aos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, Pedro Farromba, referiu que a expectativa passa por melhorar os resultados das últimas edições.
E os tais boicotes diplomáticos, a que se devem?
A perseguição à população uighur em Xinjiang, já classificada pelos EUA de genocídio, o tratamento dos tibetanos e a repressão de liberdades em Hong Kong são alguns dos vários focos políticos que ensombram a prova em polémica e que levaram a diversos boicotes diplomáticos por parte de variados países.
Estados Unidos e Reino Unido foram os mais proeminentes a anunciar um boicote diplomático, sem presença de qualquer representante nos Jogos, em particular nas cerimónias, a não ser a presença desportiva, e a estes seguiram-se muitos outros. Canadá e a Austrália, entre outros, seguiram-se na medida de retirar a presença diplomática e política, sem prejudicar a participação dos atletas desses países, e em 19 de janeiro o Parlamento Europeu também recomendou aos Estados-membros um “boicote diplomático e político”.
Também Portugal não terá representação política nas cerimónias de abertura e encerramento, “por várias razões”, explicou em 24 de janeiro o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. Presente na Cerimónia de Abertura estará, ainda assim, o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres.
As críticas à realização do evento estenderam-se também ao aparente desaparecimento por algum tempo da tenista Peng Shuai, que acusou um antigo governante de a violar, trouxe à baila a proximidade do Comité Olímpico Internacional (COI) ao Governo chinês.
Comentários