O português João Pereira apontou, em entrevista à agência Lusa, para um lugar entre os oito primeiros da prova de triatlo dos Jogos Olímpicos Rio2016, considerando bastante complicado chegar às medalhas.
“As medalhas são bastante complicadas, mas estando eu no projeto olímpico nível dois e recebo bolsa olímpica é porque acreditam no meu potencial para estar entre os oito primeiros. Se sou apoiado no nível dois, que equivale a uma final, o que no triatlo é os oito primeiros, era algo que me deixava muito satisfeito, o diploma olímpico”, afirmou.
Considerando que esta será “uma prova diferente de todas as outras, que apenas existe de quatro em quatro anos”, João Pereira assume quer chegar ao Rio de Janeiro na sua “melhor forma de sempre e conseguir dar o máximo”.
Repetir o feito de Vanessa Fernandes, que conquistou a prata em Pequim2008, é complicado, até porque a atleta foi, para João Pereira, “uma rainha do triatlo e do desporto português, que fez algo que nunca mais ninguém conseguiu fazer”.
“É uma atleta de referência, eu cresci com ela, muito do que eu sei, aprendi com ela. Sem dúvida alguma impulsionou o triatlo de forma clara e o próprio desporto em Portugal”, disse.
Para João Pereira, na prova de triatlo, que se disputa de a 18 de agosto, “o ponto-chave vai ser fazer conseguir fazer a natação com o grupo da frente, o ciclismo com o menor desgaste possível e a corrida ser o mais rápido a correr”.
“O percurso será o mesmo ou muito igual [ao do evento teste]. Era um percurso que precisava de algumas melhorias ao nível do pavimento, mas estava bastante interessante e desafiante. Acho que é um percurso onde um atleta para fazer uma boa prova não pode ter debilidades. É um percurso em que a natação vai ser posta à prova, o ciclismo vai ser posto à prova e na corrida quem for mais rápido ganha”, definiu.
No Rio de Janeiro, Portugal vai ter pela primeira vez três atletas na prova de triatlo, com João Silva, nono em Londres2012, e Miguel Arraiolos a juntarem-se a João Pereira, que considera difícil haver um trabalho de equipa entre os três.
“Nos Jogos a prova é mais tática, há nações muito fortes, como a Inglaterra, que tem dois irmãos muito fortes e foram medalha de ouro e bronze nos Jogos de 2012. Sem dúvida alguma acho que se houver uma nação que queira fazer jogo de equipa, a outra nação será muito complicado fazê-lo. E há nações mais fortes do que a nossa. É impossível duas nações conseguirem fazer trabalhos de equipa em comum. Por isso, acho que o jogo de equipa é complicado e os Jogos são uma prova individual”, disse.
Sobre os favoritos a vencer a prova, embora admita que vai ser “uma prova bastante aberta”, porque “só vão os três melhores atletas de cada nação”, João Pereira atira uma dezena de nomes que partem como principais candidatos.
“Acho que há um lote de 10 atletas, que vão em ‘low profile’ e conseguem chegar a um bom resultado e depois há os favoritos como sempre. [Mario] Mola, Jonathan e Alister Brownlee, [Richard] Murray, [Fernando] Allarza, [Crisanto] Grajalles, Luis Vincent, [Gomez] Noya (entretanto lesionou-se e vai falhar o Rio2016). Vai ser uma prova bastante aberta e emocionante”, afirmou.
A humidade que é esperada para o Rio de Janeiro pode ser prejudicial para o desempenho de João Pereira, mas o triatleta do Benfica diz estar “disposto a sofrer tudo e isso é o mais importante para fazer uma boa prova”.
“Sou um atleta de porte médio/grande e tudo o que seja muito calor e humidade é um ambiente, não é que não ande bem, mas em que tenho de estar bastante hidratado e onde tenho de fazer uma boa preparação e ter bastante cautela, porque gasto um pouco mais de energia do que um atleta de 50 quilogramas. Mas é um ambiente em que me adapto bem”, admitiu.
Mais do que a poluição que poderá encontrar na prova de natação, João Pereira considera “a segurança um fator preocupante” e que o Zika é algo que preocupa, mas que “já está mais controlado”.
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