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A gestão do projeto olímpico deixa de ser partilhada entre Comité Olímpico de Portugal e Instituto Português do Desporto e Juventude.
O Governo vai delegar a gestão do projeto para o Rio2016 no Comité Olímpico de Portugal (COP) e aumentar a dotação para cerca de 15 milhões de euros, anunciou hoje o secretário de Estado do Desporto e Juventude.
«A gestão, direção e execução do programa será delegada pelo Estado no COP, que articulará com as federações o trabalho a desenvolver», acentuou Emídio Guerreiro, esclarecendo que o objetivo é «ter melhores resultados».
O governante falava após uma reunião com a direção do COP para preparar o programa olímpico para o Rio2016, que poderá ser assinado na próxima semana.
A gestão do projeto olímpico deixa de ser partilhada entre COP e Instituto Português do Desporto e Juventude, ficando assim exclusivamente nas mãos dos dirigentes olímpicos.
Emídio Guerreiro sublinhou que, em contrapartida, a proposta do governo atribui ao COP a responsabilidade pela elaboração de «um caderno de encargos devidamente identificado, que diga respeito a cada um dos atletas e a cada uma das equipas envolvidas» no projeto olímpico e que será monitorizado trimestralmente pelo Instituto Português do Desporto e Juventude.
Para «garantir a boa aplicação dos dinheiros públicos» que serão alocados ao projeto olímpico, o governo procederá, assim, ao «reforço dos mecanismos de monitorização de controlo».
O objetivo é romper com as metas traçadas no passado, que, ou apontavam para um número de medalhas ou limitavam-se a evidenciar que o resultado deveria ser o melhor possível, assegurando «uma definição clara daquilo que são os objetivos».
De acordo com o secretário de Estado do Desporto, o caderno de encargos que será elaborado pelo COP, em articulação com as federações, permitirá no futuro saber que «a participação olímpica do atleta A custou X».
«Acho que aquilo que os portugueses querem é que os atletas façam o seu melhor e que nos Jogos Olímpicos tenham o seu pico de desempenho», acentuou, salientando que a proposta do governo é «uma aposta na melhoria dos resultados dentro daquilo que é a disponibilidade que neste momento o Estado tem para fomentar um bom programa olímpico».
O governo vai «manter o valor das bolsas aos atletas» ao longo do projeto e alargar a base, devendo a dotação financeira global para o projeto Rio2016 ser «ligeiramente superior» aos 13,8 milhões destinados ao projeto Londres2012, para «rondar os 15 milhões de euros», embora dependendo do desempenho dos atletas.
Outra das novidades avançadas por Emídio Guerreiro prende-se com a «aposta estratégica» de fazer o planeamento a três ciclos olímpicos, até 2024, permitindo desde logo a «captação de novos talentos» e o «desenvolvimento de novas esperanças», além de criar condições para garantir o acesso a jovens com 16, 17 ou 18 anos que, de outro modo, poderiam ficar de fora do projeto Rio2016.
«Penso que a proposta do governo vai ao encontro daquilo que o presidente do COP tem vindo a reclamar: uma maior autonomia, uma maior gestão e uma maior facilidade de ser eles a controlar todo o processo», concluiu Emídio Guerreiro.
O presidente do COP, José Manuel Constantino, escusou-se a fazer quaisquer declarações no final da reunião com o secretário de Estado do Desporto.
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