A dupla portuguesa de voleibol de praia João Pedrosa e Hugo Campos disse hoje que está a trabalhar “sem pressão” para atingir o sonho da qualificação para os Jogos Olímpicos Paris2024, mostrando confiança nesse objetivo.

“Nunca sonhámos estar tão perto dessa qualificação. Quando começámos este projeto, o nosso objetivo sempre foi os Jogos de 2028, mas, nesta fase, estarmos ainda na ‘corrida’ já é uma vitória que encaramos sem pressão”, disse à agência Lusa João Pedrosa.

A dupla, que nestes dias está a competir na etapa portuguesa do Circuito Mundial de voleibol de praia, que decorre em Espinho, precisa ainda de amealhar pontos para garantir a qualificação para Paris, numa caminhada que tem ser feita com “paciência”.

"Sabemos que também no voleibol de praia as coisas não se ganham num só dia. É um trabalho que demora anos e vai exigir muita preparação e paciência. Os bons resultados e os pontos que amealhámos fazem-nos sonhar, mas frisamos que a entrada nestes Jogos não é o objetivo principal”, acrescentou Hugo Campos.

Em Espinho, Pedrosa e Campos, ambos com 23 anos, vão jogar contra algumas das melhores duplas do mundo, numa oportunidade para evoluírem e também sentirem o carinho do público nacional.

“Este é um dos maiores torneios do ano. Sentir o apoio dos portugueses nas bancadas dá-nos uma motivação extra em cada jogada que disputamos. Sabemos que estão cá alguns dos melhores atletas do mundo, também à procura de pontos, só temos de aproveitar da melhor maneira para evoluir e também mostrar a nossa qualidade”, afirmou Hugo Campos.

Depois da participação em Espinho, Pedrosa e Campos terão mais duas janelas para amealhar pontos para os Jogos, com presença num torneio na Polónia, seguindo-se uma participação da Taça das Nações, de 13 a 16 de junho, na Letónia.

“Será uma das últimas chances para entrar nos Jogos. Mas termos conseguido a qualificação para esta fase final já foi um grande feito, que nunca tinha acontecido. Agora vamos querer mais”, disse João Pedrosa.

Os dois atletas, que se dedicam exclusivamente ao voleibol de praia, são já uma referência da sua geração, e acreditam que podem servir de inspiração para que a modalidade ganhe um novo impulso.

“Começámos este projeto do zero, e acreditamos que estamos a criar condições para que esta seja uma modalidade cada vez mais profissional e com mais atletas. Esse também é um dos nossos objetivos”, completou Hugo Campos, falando de um projeto potenciado pela Federação Portuguesa de Voleibol.

O contributo para o crescimento desta vertente de voleibol em Portugal também está a ser dado pela dupla Beatriz Pinheiro/Inês Castro, bicampeãs nacionais, que também compete frente às melhores do mundo em Espinho.

“Estamos a jogar com equipas que lutam por uma vaga nos Jogos, e muitas já estão apuradas. Neste momento, esse não é o nosso objetivo. Quem sabe um dia. Nesta fase estamos a aprender com as melhores e a ganhar mais experiência”, disse Beatriz Pinheiro, de 24 anos.

Já Inês Castro, também de 24 anos, lembra que ainda há uma “grande disparidade entre as condições de trabalho e a forma como é encarada a modalidade em Portugal e no estrangeiro”.

“Melhorámos muito nos últimos anos, mas este ainda é visto como um desporto algo sazonal no nosso país, enquanto atletas de outro país fazem isto todo ano e participam em muitos mais torneios. Mas é muito importante estarmos cá e continuarmos a evoluir. Serve também de exemplo e motivação para atletas mais jovens”, concluiu Inês.