Portugal tinha hoje, segunda-feira, dia 30 de julho, o dia de maior esperança e expetativa em conquistar as primeira medalhas em Londres. A ilusão recaia sobretudo em Telma Monteiro, campeã europeia na categoria de -57 kgs, mas também João Pina, num dia bom, podia chegar ao pódio.
Mas foi tudo ao contrário. Apesar da lição de há quatro anos, em Beijing, Telma não foi capaz de dar a volta a Marti Malloy e um pouco valioso yuko em tempo de prolongamento foi de ouro para a americana.
Telma voltava a cair numa fase precoce da competição e desvanecia-se a hipótese de rechear o currículo com o único título que lhe falta, uma medalha olímpica.
Depois de abandonar o tapete, Telma ruiu. Durante largos minutos, sozinha, as lágrimas caíram num corredor de acesso ao gigantesco pavilhão ExCel e os jornalistas esperaram que se recompusesse.
Depois disso, assumiu a desilusão, explicou porque não foi capaz de inverter as contrariedades frente à americana mas reiterou que não “atira a toalha ao chão”.
«Agora, é um tempo de reflexão, tal como fiz a seguir a Pequim. Não me vou abater. O que não me mata torna-me mais forte e nos próximos quatro anos vou dar tudo e voltar às vitórias», disse a quatro vezes campeã da Europa e três vezes vice-campeã do Mundo.
Já João Pina mostrou-se também triste pela eliminação, mas de certa forma assumiu que fisicamente o joelho ainda era um problema e que no futuro vai voltar a estar a um grande nível.
«Perder no primeiro combate não é uma boa prestação. Lutei bem, comecei a ganhar, mas a certa altura cometi um falso ataque e fui penalizado. Penso que essa situação me deixou pressionado para não levar mais castigos e para não deixar empatar o combate, porque faltava pouco tempo. Por isso, alterei um bocado a minha estratégia e fui projetado, sofrendo uma vantagem maior do que a minha, a 30 segundos do fim, que é pouco tempo para dar a volta», resumiu o português, de 30 anos, acrescentando que a dedicação não é a razão destes resultados.
«Lutamos sempre para ouvir o hino nacional e trabalhamos muito por isso», garantiu Pina.
Primeiro murro no estômago em Londres. Precisa-se de um herói português, ainda que improvável, no Londres2012.
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