José Manuel Constantino responsabilizou hoje o presidente da Câmara de Lisboa pelo atraso na construção do Museu Olímpico, revelando esperar que Carlos Moedas encontre tempo para receber o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP).
“[O Museu Olímpico] está parado. Nós pedimos uma reunião ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, o engenheiro Carlos Moedas, que nos remeteu para um vereador. O presidente do Comité Olímpico de Portugal não é recebido por vereadores. Ou é recebido pelo presidente ou não é recebido”, argumentou.
Em entrevista à agência Lusa, José Manuel Constantino lembrou que o presidente da autarquia lisboeta “quando recebe o Sporting, ou o Benfica, ou o futebol, não manda o vereador recebê-los”.
“Ora, o presidente do COP, no plano protocolar, não está ao mesmo nível, está acima. E, portanto, há aqui uma questão de respeitabilidade. E das duas, uma. Ou há tempo para receber o presidente do Comité Olímpico, e eu terei todo o gosto de falar com o engenheiro Carlos Moedas, ou não há. Se não há, quem perde é Lisboa. Porque acho que isto acrescentava, até pelo espaço museológico em que estamos integrados, valor à própria cidade”, defendeu.
A construção do Museu Olímpico/Casa do olimpismo, ao lado do COP, foi uma das três prioridades elencadas por José Manuel Constantino, em março do ano passado, para o seu último mandato à frente da instituição, notando, na altura, à Lusa, que tinha menos de três anos para concretizar o projeto.
“Estou na expectativa de que um dia haja tempo, haja hora, para tratar o presidente do Comité Olímpico, do ponto de vista protocolar, como aquilo que acontece em qualquer país europeu. Não estou a pedir nenhuma exceção relativamente a Portugal. Enfim, eu não sou propriamente presidente de um clube desportivo, ou de uma federação. E, portanto, o tratamento protocolar que é devido ao presidente do Comité Olímpico de Portugal tem que estar de acordo com aquilo que é o seu estatuto”, vincou.
Constantino ressalvou, no entanto, poder estar a ser injusto com Carlos Moedas, que, “porventura, nem saberá” que o presidente do COP solicitou uma reunião.
“Quer dizer, é lá [com] os serviços, embora eu tenha esclarecido os serviços porque é que lá não ia. E, portanto, em princípio, salvo melhor a opinião, pela experiência que eu tenho destas situações, os serviços deveriam reportar: ‘Está aqui um tipo mal disposto, que diz que não vem, porque o seu presidente não o recebe. Quem é esse tipo? É o presidente do Comité Olímpico de Portugal’. Não sei se isto se passou ou não passou”, concedeu.
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