Pedro Pablo Pichardo é o único português na final do triplo salto dos Jogos Olímpicos Tóquio2020. Pichardo, de 28 anos, assegurou a presença na final, marcada para quinta-feira, às 11:00 locais (03:00 em Lisboa), com 17,71 metros, à segunda tentativa, enquanto Évora, de 37 anos, e Pereira, de 27, ficaram pela primeira fase, com 15,39 e 16,71, respetivamente, como melhores saltos.
Avançavam para a final os atletas que conseguissem, pelo menos, 17,05 metros ou os 12 melhores, tendo Pichardo terminado a qualificação destacado no primeiro posto, enquanto Pereira foi 16.º classificado e Évora despediu-se do atletismo com o 27.º lugar.
Cronologia do apuramento
Nelson Évora foi o primeiro dos três portugueses a saltar. O veterano saltador fez nulo no primeiro ensaio, depois de queixar-se com dores.
Seguiu-se Pedro Pichardo, com 16,98 metros, perto do apuramento direto.
O jovem Tiago Pereira conseguiu 16,62 metros logo no seu primeiro ensaio.
Nelson Évora conseguiu resistir e, para já, continua em prova. No segundo ensaio fez apenas 15,39 metros, o pior salto até agora.
No segundo ensaio, Pedro Pichardo mostrou pergaminhos e saltou 17,71 metros, o melhor deste apuramento. O luso-cubano já está na final onde é um dos candidatos às medalhas.
Nelson Évora já fez o seu terceiro salto e não melhorou. O português falha a final e despede-se destes Jogos Olímpicos de forma inglória. A lesão no primeiro salto condicionou os restantes saltos e o antigo campeão olímpico não conseguiu melhorar.
Momento fantástico agora no Estádio Olímpico. Nelson Évora em lágrimas, é cumprimentado por todos os atletas, os mais velhos e mais novos, em sinal de reconhecimento pelo seu percurso fantástico no triplo salto.
Tiago Pereira também falhou a final ao fazer 16,72 no seu derradeiro salto. O jovem saltador luso melhorou mas ficou fora da final, onde Portugal estará apenas representado por Pedro Pablo Pichardo, um dos favoritos ao ouro.
Pichardo: "Sinto-me bem, apesar de serem os primeiros Jogos Olímpicos"
No final, Pedro Pichardo disse à RTP sentir-se bem e preparado para lutar pelas medalhas.
"O objetivo era passar a marca de qualificação. No primeiro ensaio não saiu, tive um erro na fase de step. E depois no segundo consegui passar a barreira de qualificação. Sinto-me bem, apesar de serem os primeiros Jogos Olímpicos. Acho que o principal está na minha cabeça, sinto-me bem preparado fisicamente. Agora é fazer o que sei fazer e veremos o que acontece. Sinto-me bem, preparado. Na quinta vou fazer o meu melhor, veremos o que acontece", disse o triplista nacional.
Pouco tempo depois,
"'Saltou-me' a virilha no primeiro ensaio"
Em declarações à RTP, Évora explicou que a lesão sofrida no primeiro salto condicionou a sua participação.
"'Saltou-me' a virilha no primeiro ensaio, tentei recuperar mas tenho muitas dores neste momento", começou por dizer o português, antes de comentar o carinho recebido pelos outros saltadores. "
É bom ter este respeito por todos os meus companheiros. Há ali muitos jovens com muito talento. Gostava de poder estar em mais uma final com todos eles, bater-me de frente com todos eles, mas infelizmente não foi possível. Emocionei-me um pouco. A vida é mesmo assim. Tudo o que sobe, desce", disse.
Sobre os seus seus quatro Jogos Olímpicos, o português contou o que leva das suas participações, ele que veneu o ouro em 2008 em Pequim.-
"Levo muito boas recordações. Por aquilo que pareça, não são as medalhas. São as pessoas, as rotinas que temos dentro da aldeia olímpica é aquilo que fica. Está a ser bom estar aqui com toda a equipa. Quero desejar-lhes boas energias, boa sorte, dar-lhes um abraço e muita boa disposição", atirou.
Tiago Pereira: "Tenho o coração partido"
Já Tiago Pereira lamentou os erros cometidos, que lhe impediram de chegar à final
"Tenho o coração partido. Sei que tinha muito mais para dar. Não me correu bem, fiz um salto para marcar, um segundo salto aparentemente bom, mas cometi um erro no 'jump'. E o último não enquadrei de todo. Tinha mais do que capacidades para estar na final. Tenho o coração partido porque sei que este não foi melhor Tiago Pereira", disse o português, que já pensa em Paris2024 onde quer marcar presença e fazer melhor.
"Agora é pensar para a frente. Para o ano há Europeu e Mundial. Tenho de trabalhar para estar entre os melhores, para não cometer os mesmos erros. Agora olhar para a frente, não há nada a fazer", comentou.
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