A recuperação da acreditação do Laboratório de Análises de Dopagem (LAD) de Lisboa é um “ganho” em termos prestígio, rapidez e redução de custos no combate ao doping, destacou hoje o Secretário de Estado da Juventude e Desporto.

“É um ganho de prestígio internacional para o desporto nacional e uma oportunidade para que seleções e equipas vejam Portugal como um destino com as melhores infraestruturas do mundo e também com condições para testagem antes dos grandes eventos. É ainda um ganho na rapidez de resultados, redução de custos e aumentos das receitas do LAD. São muitos ganhos que se conseguem com esta conquista”, resumiu, à Lusa, João Paulo Correia.

Quatro anos depois de ter visto revogada a licença, por decisão do comité executivo da Agência Mundial Antidopagem (AMA), o LAD volta a estar operacional, após o organismo internacional ter aprovado uma recomendação do seu grupo consultivo de especialistas em laboratórios.

“Este era um dos objetivos principais no início de mandato deste governo para a área do desporto”, reconheceu João Paulo Correia, que destacou a importância para o desporto nacional dos “prazos mais curtos e custos reduzidos” da operação.

A recuperação do LAD, que vai ser sujeito a avaliações durante um período entre seis a 12 meses, vai significar uma “redução de 20% do custo de cada análise”, esclareceu o responsável, que alertou para o facto da efetivação desta decisão, no retomar da operação, poder implicar ainda “algumas semanas”.

Especificou ainda que a mudança da égide do LAD, que estava na tutela do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) e passou para o Instituto Nacional Ricardo Jorge (INSA), não tem impacto em termos de custos, logísticos ou operacionais.

“O LAD vive da receita das análises. Sem acreditação, não as podia fazer. Eram só custos. Em 2023 o LAD terá receitas que não tem tido desde 2018. Os custos mantêm-se. Podem aumentar, face a variáveis indexadas ao número de análises que entram no laboratório. Será uma operação positiva ou muito menos negativa do que desde 2018, por não ter receitas”, sublinhou.

A suspensão das credenciais, em abril de 2016, ficou a dever-se à falta de independência do laboratório, aos atrasos dos resultados dos relatórios e a falhas na aplicação de métodos obrigatórios para deteção de substâncias.

“A comunidade desportiva internacional sabe que Portugal perdeu a acreditação em 2018 e este caminho representa o esforço do governo para a recuperar. É uma luta sem tréguas pela verdade desportiva em várias frentes de combate e esta é uma delas. É completar a política antidopagem. Temos uma política antidoping, uma autoridade que concretiza essa política e um LAD onde são feitas as análises”, congratulou-se.

O LAD ficou sem credenciais em 25 de outubro de 2018, pouco mais de dois anos depois da suspensão, em 15 de abril de 2016, inicialmente por um período de seis meses, desde quando ficou impedido de realizar qualquer análise de urina e sangue.