Um ano depois do previsto, os Jogos Olímpicos Tóquio2020 aconteceram mesmo, sem público nas bancadas e no meio de uma pandemia, mas com sucesso desportivo e organizativo.

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Sem grande aprovação popular e já sem os 'gigantes' Michael Phelps e Usain Bolt, os Jogos decorreram sem incidentes e com apenas alguns casos de covid-19 e, na sua maioria, antes do início da competição.

Os melhores Jogos de sempre para Portugal

As históricas quatro medalhas olímpicas conquistadas por Portugal, nomeadamente o ouro de Pedro Pablo Pichardo no triplo salto, fizeram destes os melhores Jogos Olímpicos de sempre para o nosso país, com os inéditos quatro pódios. A participação até começou de forma tímida, com o bronze do judoca Jorge Fonseca nos -100kg a ‘colorir’ uma primeira semana com vários diplomas, entre os quais os da surfista Yolanda Sequeira, quinta, e do ‘skateboarder’ Gustavo Ribeiro, oitavo, nas estreias das suas modalidades no evento olímpico. Também se fez história no andebol masculino. 

Mas seria no Estádio Nacional de Tóquio, quando o atletismo, a modalidade com maior tradição olímpica, entrou em ação, que os portugueses tiveram as maiores alegrias: Pedro Pablo Pichardo saltou para o ouro no triplo salto, disciplina em que Patrícia Mamona conquistou a prata, e juntou-se aos maratonistas Carlos Lopes (Los Angeles1984) e Rosa Mota (Seul1988), a Fernanda Ribeiro, ouro nos 10.000 metros em Atlanta1996, e ao ‘rival’ Nelson Évora (Pequim2008) na restrita galeria de campeões olímpicos portugueses.

O sonho olímpico nacional só ficaria completo com o bronze do resiliente Fernando Pimenta, que nove anos depois de ter alcançado a prata ao lado de Emanuel Silva no K2 1.000 de Londres2012, celebrou finalmente a tão desejada medalha a título pessoal no K1 1.000 metros.

A página de glória do desporto português na capital japonesa, após dois anos de incertezas, adiamentos (inclusive do evento), falta de competição (e até de apoios) motivados pela pandemia de covid-19, completar-se-ia com 11 diplomas, entre os quais o quarto lugar de Auriol Dongmo, no lançamento do peso, e a melhor pontuação de sempre em Jogos Olímpicos (78, atribuídos aos atletas classificados entre o primeiro e o oitavo lugares, mais 27 do que em Atenas2004).

Dressel, McKeon e Allyson Felix fazem história, Yulimar Rojas e Warholm com recordes

A norte-americana Simone Biles era indicada como uma das possíveis grandes estrelas no Japão e acabou por ser, embora fora da competição, na qual conseguiu apenas uma medalha de bronze, depois de se colocar fora de prova, por motivos mentais, que a impediam de treinar e competir em segurança.

Alguns dos grandes nomes destes Jogos saíram da piscina olímpica, com o norte-americano Caeleb Dressel a deixar Tóquio com cinco títulos, que juntou aos dois conquistados no Rio2016, embora aí tivessem sido apenas nas estafetas.

Emma McKeon fez história para a Austrália, ao tornar-se na atleta daquele país mais medalhada numa só edição dos Jogos, com quatro ouros e três bronzes, além de dois recordes olímpicos, nos 50 e 100 metros livres, juntando-se à ginasta soviética Maria Gorokhovskaya (1952) como atleta com mais medalhas numa só edição.

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Na pista do Estádio Nacional de Tóquio, houve várias surpresas e alguns momentos históricos, como as vitórias da jamaicana Elaine Thompson-Herah nos 100 e 200 metros, tornando-se a primeira mulher a defender os títulos olímpicos nas duas principais disciplinas da velocidade.

Histórica foi também a presença da veterana Allyson Felix, que se tornou a norte-americana mais medalhada no atletismo, ultrapassando o icónico Carl Lewis, ao somar o 11.º 'metal' na estafeta 4x400 metros.

Na velocidade, a surpresa foi a Itália, com as medalhas de ouro de Marcell Jacobs nos 100 metros e da estafeta 4x100, com o canadiano Andre de Grasse, que sucedeu a Bolt nos 200 metros, depois da troca de sorrisos entre ambos no Rio de Janeiro.

Destaque ainda para os recordes do mundo da venezuelana Yulimar Rojas no triplo salto e do norueguês Karsten Warholm nos 400 metros barreiras, nuns Jogos marcados pela divisão do ouro no salto em altura, entre o catari Mutaz Barshim e o italiano Gianmarco Tamberi.

O surf, o skate e a escalada entraram, tal como o karaté, no programa olímpico, sendo recebidos com elogios pela forma como decorreram.

O tenista sérvio Novak Djokovic esteve perto de se tornar o primeiro tenista a conseguir completar o 'Grand Slam' na mesma temporada, mas, depois de vencer o Open da Austrália, Roland Garros e Wimbledon, acabou por ser derrotado pelo russo Daniil Medvedev na final do Open dos Estados Unidos.

O 'Golden Slam', aos quais se junta também o ouro olímpico, também esteve ao alcance de 'Nole' - eliminado nas meias-finais em Tóquio2020 pelo alemão Alexander Zverev, campeão olímpico -, que, contudo, conseguiu bater o recorde de conquistas de torneios Masters 1.000 e igualou os 20 'majors' de Roger Federer e Rafael Nadal.