Um juiz federal do Estado de Nevada deu razão aos advogados de Cristiano Ronaldo e pediu o arquivamento da queixa de Kathryn Mayorga, que acusa o internacional português de a ter violado num hotel em Las Vegas em 2009.
Numa recomendação ao juiz responsável pelo caso, o magistrado Daniel Albregts culpou o advogado de Kathryn Mayorga, Leslie Mark Stovall, de basear de forma inadequada o processo por danos civis em documentos confidenciais roubados que mostravam comunicações entre Ronaldo e os seus advogados.
“Rejeitar o caso de Mayorga pela conduta inadequada do seu advogado é uma consequência difícil”, destacou o magistrado no seu relatório de 23 páginas dirigido à juíza Jennifer Dorsey, citado pela agência AP.
“Mas é, infelizmente, a única sanção apropriada para garantir a integridade do processo judicial”, acrescentou, defendendo que “Stovall agiu de má fé em detrimento de seu cliente e da sua profissão”.
Albregts referiu que o tribunal não tomou nenhuma decisão sobre se Ronaldo cometeu um crime e não encontrou evidências de que os seus advogados “intimidaram Mayorga ou impediram a aplicação da lei” quando a ex-modelo retirou as acusações criminais e aceitou o acordo confidencial, no valor de 375 mil dólares, em agosto de 2010.
A notícia deste acordo financeiro foi tornada pública pelo meio de comunicação alemão Der Spiegel, num artigo publicado em 2017 intitulado ‘Segredo de Cristiano Ronaldo’ com base em documentos obtidos na plataforma digital Football Leaks.
Para Daniel Albregts a notícia divulgada pelo Der Spiegel “deixa claro que esses documentos incluíam comunicações privilegiadas (...) entre os advogados europeus e norte-americanos de Ronaldo sobre o acordo”.
E Stovall "agiu de má fé ao pedir, receber e usar os documentos do Football Leaks para avançar com o caso de Mayorga".
Albregts rejeitou ainda o argumento de Stovall de que o uso dos documentos era justificado porque não foi o advogado quem os roubou e não podia provar que foram roubados.
O magistrado recomendou que a juíza rejeite também a alegação de Stovall de que, porque Mayorga tinha dificuldades de aprendizagem quando criança e foi pressionada pelos representantes de Ronaldo, ela não tinha capacidade mental para assinar o acordo de confidencialidade em 2010.
O Tribunal de Apelações do 9.º Circuito dos EUA em São Francisco decidiu no início do ano que caberia a Jennifer Dorsey decidir sobre esta questão.
Para Albregts “o caso de Mayorga contra Ronaldo provavelmente não existiria se Stovall não tivesse pedido os documentos do Football Leaks” e o conhecimento de Mayorga sobre o conteúdo dos documentos “não pode ser desfeito”.
Comentários