O desporto não é feito apenas com que se passa dentro das quatro linhas, na quadra, na piscina ou em pista. É feito das histórias de bastidores, de momentos bizarros que ficam para sempre guardados na memória dos intervenientes.
Em 2024 não foi exceção. Num ano em que tivemos os Jogos Olímpicos em Paris e o Europeu de futebol masculino na Alemanha, houve muitas histórias incríveis, momentos insólitos difíceis de acreditar.
Começando cá pelo burgo, no nosso futebol, vimos o cunhado da 'socialite' norte-americana Paris Hilton estrear-se no futebol profissional... aos 46 anos, na nossa Segunda Liga. Cortesia do Lank Vilaverdense.
- Balanço de 2024: Tudo sobre o ano que agora termina na nossa Revista do Ano -
Ainda na Segunda Liga, o GD Chaves foi multado devido ao arremesso de... tremoços. Como diria o grande jornalista Fernando Pessa, 'E esta, hein?'. O mau comportamento nos estádios apanha miúdos e graúdos e ninguém se safa. Que o diga uma criança de seis anos, proibida de entrar no estádio do Le Havre, em França.
A criança não poderá ver os seus ídolos em ação mas terá de ter cuidado para não lhe acontecer o mesmo que um adepto português na Amadora: pediu um autógrafo a Nani, ficou sem a camisola e teve de ir à Polícia. Ainda não se sabe como ficou o caso, se houve final feliz com abraços e pedidos de desculpas. Por falar em abraço, é preciso ter cuidado porque este gesto inocente pode valer castigo. Pelo menos no Irão.
No caso do brasileiro Jô, antigo jogador do Manchester City, nem teve tempo de dar abraços porque nem chegou a pisar as quatro linhas: quando ia entrar, foi preso pela Polícia. Mas também se era para fazer como Rafa Silva, nem valia entrar: foi expulso aos três segundos de jogo.
Dizem que no futebol são 11 contra 11 a correr atrás de uma bola... ou de uma cabeça de porco. Sim, 22 anos depois de Figo no Camp Nou, alguém lembrou-se de levar uma cabeça de porco para um estádio de futebol.
A história de um clube é feito de vitórias e, quando elas não aparecem, é o treinador que marcha. Por norma, é-lhe dado tempo para trabalhar e colocar em prática as suas ideias. Mas não foi isso que aconteceu com Simone Bentivogli no Piacenza: foi apresentado, deu o treino e foi despedido, tudo no mesmo dia. Teve menos sorte que Paulo Roberto Santos, treinador do Brasiliense que se demitiu ao intervalo do jogo com o Real Brasília, da Série D do Campeonato Brasileiro. Sem ninguém para pegar na equipa, o médico chegou-se à frente e... venceu.
E quando já nem chega despedir o treinador? Então despede-se o presidente.
A medida do sucesso no desporto não é consensual. Que o diga a equipa feminina do Angelholms, da Suécia: não perdeu nenhum jogo, não sofreu qualquer golo e mesmo assim não foi campeão.
De certeza que o caro leitor já ouviu histórias de pessoas que estavam desaparecidas e, afinal, só queriam estar sozinhas. Foi o que aconteceu com Ricardo Centurion, jogador do Vélez, e com a tenista romena Camila Giorgi, dada como foragida à justiça.
No caso de Thievy Bifouma, não havia o desejo de fuga, mas sim de jogar contra Cristiano Ronaldo. O congolês delineou um plano para defrontar o seu ídolo, não fosse um pormenor importante: assinou pelo clube errado.
Ninguém duvide que o futebol mexe com a cabeça das pessoas, levando-as muitas vezes a cometer loucuras. Foi o que fez um ex-Real Madrid, que tatuou o nome da filha no corpo para depois descobrir que afinal não era o pai da criança. 'Mas quem será, mas quem será, o pai da criança,...'
A arbitragem continua a ser um tema nada consensual no mundo do desporto. O senegalês Sadio Mané foi expulso quando ia marcar uma grande penalidade; o guarda-redes Dibu Martinez viu dois amarelos e não expulso. E em ambos os casos os árbitros fizeram cumprir a lei.
E agora terminamos com algumas histórias distintas de Paris 2024. Uma maratonista correu a prova dos 100 metros por engano e o resultado nem foi assim tão mão. Nas ruas da Cidade Luz, um jogador de hóquei em campo foi detido quando estava a comprar cocaína.
Daqui a uns anos é provável que alguém faça um filme disto: a primeira medalha de sempre de Cabo Verde em Jogos Olímpicos chegou pelas mãos de um pugilista que teve de interromper a preparação para trabalhar nas obras e ter dinheiro para viajar e participar em torneios.
Um exemplo em como o sonho comanda a vida. Que os seus possam continuar a comandar a sua em 2025.
Um Bom Ano e Boas Histórias na companhia do SAPO Desporto.
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