O fantasma da 'crise' e do layoff num mês em que esteve tudo em suspenso
Com os campeonatos parados a nível europeu, em abril já se especulava sobre a possibilidade do regresso. A UEFA, organismo que gere o futebol europeu, insurgiu-se contra a possibilidade de terminar campeonatos, classificando essa decisão de 'prematura e injustificada".
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Ao contrário do que se passou na Bélgica e viria a passar-se em França e em outros campeonatos, a UEFA mostrava-se confiante no regresso das competições.
Por cá, a Liga estudava o regresso para junho, com jogos à porta fechada, o que viria a suceder. Em cima da mesa, estava ainda a possibilidade dos campeonatos se poderem disputar no Algarve.
Clubes em crise e o início do Lay-off
Sem a bola a rolar nos estádios, as operadoras colocavam no ar a possibilidade de não manterem o pagamento dos valores de transmissão dos jogos aos clubes da I e II Liga no mês de abril. Com uma exponencial diminuição de receita, (sem bilheteira devido à suspensão do campeonatos), os clubes começaram a recorrer ao regime de 'lay-off' simplificado, uma das medidas extraordinárias aprovadas pelo Governo para proteger os postos de trabalho na resposta à pandemia de covid-19.
Veja a galeria de abril
O Belenenses SAD foi o primeiro clube da I Liga de futebol a formalizar o recurso parcial ao ‘lay-off’ simplificado junto do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSS), enquanto o Desportivo de Chaves foi o primeiro da II Liga a seguir o mesmo caminho. Mas os problemas financeiros não se abateram apenas sobre os clubes mais modestos, 'gigantes' como o Real Madrid também se viram obrigados a cortar nos salários.
A polémica que resultou no cancelamento das competições não profissionais
A decisão de cancelar a temporada no Campeonato de Portugal veio semear a discórdia e lançar os 72 clubes que militam no terceiro escalão do futebol português num grande indefinição. Com quase dois mil atletas a verem as suas carreiras colocadas em pausa.
A 08 de abril de 2020, a Federação Portuguesa de Futebol largava a 'bomba' no futebol nacional: os campeonatos não profissionais, a Liga Feminina e os campeonatos de futsal, estavam cancelados, devido a pandemia de COVID-19. Alguns desses emblemas fizeram investimentos avultados investimentos para chegar a Segunda Liga, outros, menos ambiciosos, investiram para não voltar às distritais. Os clubes das distritais que sonhavam chegar aos campeonatos nacionais na próxima época, viram o seu trabalho ir literalmente por água abaixo.
Em abril, os 'Grandes' regressavam aos treinos
Foi em abril que os clubes deram os primeiros sinais de que a competição poderia estar de regresso. O Sporting foi o primeiro dos 'três grandes' a regressar ao trabalho, com treino individualizados e com distanciamento social, num regresso mais de um mês após o último jogo na Liga, a 8 de março, disputado antes da suspensão da competição, à entrada para a 25.ª jornada. Seguiu-se Benfica e FC Porto.
Perante a paragem das competições, o SAPO Desporto falou com os principais canais desportivos em Portugal para perceber até que ponto a suspensão afetou e alterou a forma de fazer televisão. Em tempos de incerteza a crise global provocada pela pandemia do novo coronavírus atirou grande parte do país para casa. E com as pessoas em casa, sobem as audiências...Os generalistas atingiram audiências históricas, mas nos desportivos a realidade é outra. Sem jogos para transmitir, antevisões para lançar, análises para fazer, clássicos, dérbis, futebol ao domingo, os canais de desporto tiveram que mudar a agulha e pegar num papel e numa caneta e começar praticamente do zero. Leia ou releia aqui a reportagem.
Treino em casa
A pandemia de COVID-19 veio revolucionar o mundo do desporto. Muitos atletas passaram a realizar os seus treinos em casa, para onde foram enviados, em confinamento. As competições foram suspensas e tudo mudou no universo dos profissionais.
Em isolamento e sem muitas vezes poderem exercer a sua atividade, os atletas tiveram de que muitas vezes recorrer ao improviso para manterem a forma física. Alguns conseguiram montar autênticos centros de treino em casa.
Há 38 anos, Pinto da Costa era eleito pela primeira vez presidente do FC Porto
A 17 de abril de 1982, depois de se ter afastado e posteriormente ter-se recandidatado à presidência do clube, a lista única encabeçada por Jorge Nuno Pinto da Costa recebia 95% dos votos, dando inicio a um 'reinado' que dura até aos dias de hoje à frente aos 'dragões', mais precisamente um reinado de 38 anos. A longevidade de Pinto da Costa é caso raro no mundo e por inerência em Portugal.
Olhando para as presidências dos atuais clubes da I Liga, nenhum está perto de um nível de longevidade. Os rivais Benfica e Sporting somaram, respetivamente, sete e treze presidentes nas últimas quatro décadas.
Football Leaks: Rui Pinto colocado em prisão domiciliária
Rui Pinto, criador do Football Leaks e autor das revelações do caso Luanda Leaks, que estava em prisão preventiva desde 22 de março de 2019, foi em março colocado em prisão domiciliária.
O hacker foi posteriormente libertado em agosto, com a obrigação de apresentações semanais à Polícia Judiciária (PJ).
Em 17 de janeiro, o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa decidiu levar a julgamento Rui Pinto por 90 crimes de acesso ilegítimo, acesso indevido, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão, mas deixou cair 57 dos 147 crimes pelos quais o arguido havia sido acusado pelo Ministério Público (MP).
Rui Pinto assumiu publicamente em 2019 ser colaborador do ‘site’ Football Leaks e, sob o pseudónimo ‘John’, divulgou informações a partir de Budapeste, na Hungria, país onde foi detido em 16 de janeiro deste ano, no âmbito de um mandado de detenção europeu. O português vivia na capital húngara desde fevereiro de 2015, após uma primeira passagem pela cidade, entre 2012 e 2013, enquanto estudante de História da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, ao abrigo do Programa Erasmus.
Recordar para nunca esquecer. Tragédia de Hillsborough foi há 31 anos
Foi o mais grave incidente relacionado com estádios na história do futebol em Inglaterra e que ficou marcado na história do futebol e do mundo.
A morte de 96 adeptos do Liverpool no estádio Hillsborough, em 1989, ocorreu há precisamente 31 anos a dia 15 de abril de 1989, durante uma meia-final da Taça de Inglaterra entre Liverpool e Nottingham Forest. O encontro acabou por ser interrompido, no estádio Hillsborough em Sheffield, onde teve lugar a tragédia.
Para além dos mortos, mais de 700 outras pessoas ficaram feridas naquele que foi o mais grave incidente relacionado com estruturas de estádios na história do futebol em Inglaterra e um dos piores em todo o mundo.
O esmagamento aconteceu quando algumas barreiras para conter espetadores foram abertas e outras se quebraram com o afluxo de pessoas.
O drama de Ronaldinho
Foi após um mês de detenção no Paraguai que Ronaldinho e o irmão Roberto Assis passaram para prisão domiciliária. Considerado um dos melhores futebolistas de todos os tempos, o ex-craque juntamente com o irmão Assis, agente do jogador, foram detidos em Assunção quando os investigadores fizeram buscas no hotel depois de detetarem que os passaportes eram falsos.
Ronaldinho afirmou que os documentos foram-lhe dados pelos patrocinadores de uma instituição de caridade que trabalha com crianças desfavorecidas. Só depois do pagamento de uma fiança de 1,4 milhões de euros, os irmãos puderam instalar-se no Hotel Palmaroga, no centro histórico da capital paraguaia Assunção, no dia 7 de abril. O ex-craque acabaria por sair em liberdade, seis meses após a detenção.
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