Há 26 anos, Benfica e Sporting preparavam-se para o que deveria ser um dia de festa, mas que terminou com uma das maiores tragédias do futebol português.
A 18 de maio de 1996, Benfica e Sporting marcaram presença no Estádio do Jamor para disputar a Taça de Portugal, mas foi o que aconteceu fora das quatro linhas que manchou até aos dias de hoje aquela final.
No Estádio Nacional, Mauro Airez inaugurou o marcador para os encarnados, aos 9 minutos, e foi aí que tudo começou. Hugo Inácio, adepto do Benfica, atirou um very-light para a bancada sul do estádio e atingiu mortalmente Rui Mendes, adepto de 36 anos do Sporting.
Apesar da tragédia a que se assistia nas bancadas, o jogo prosseguiu e o Benfica acabou por vencer o encontro por 3-1: João Vieira Pinto bisou, aos 39 e 67 minutos, sendo que o golo de Carlos Xavier, aos 83 minutos, de grande penalidade, já de nada serviu aos leões.
No entanto, nesse dia, o resultado foi o que menos importou e prova disso é que, até aos dias de hoje, são poucos os que não se lembram do trágico dia 18 de maio de 1996 e de Rui Mendes, o adepto que disse adeus à vida no Jamor, no mais negro episódio da história dos dérbis entre Benfica e Sporting.
Nunca esquecido
Na altura, o Sporting custeou integralmente o funeral de Rui Mendes. Além disso, os leões recordam com frequência o falecido adepto, assim como outros adeptos falecidos às mãos da violência no desporto.
Também a Federação Portuguesa de Futebol sempre se mostrou solidária com a família de Rui Mendes e, alguns meses após o incidente, entregou-lhe um subsídio a rondar os 1.650 contos.
Esta verba correspondeu a 10 por cento da receita bruta do jogo entre as seleções portuguesa e ucraniana, realizado no dia 5 de Outubro de 1996, nas Antas.
Um percurso negro
O homem responsável pela tragédia, Hugo Inácio, é um adepto do Benfica que, em 1998 acabaria por ser condenado a quatro anos de prisão. Fugiu da prisão em 2000 e só voltou a ser capturado em 2011.
Atualmente com mais de 40 anos, Hugo Inácio voltou a ser condenado em 2016 a três anos de prisão e proibição de entrar em recintos desportivos durante sete anos, por posse de material pirotécnico.
Em 2012 foi-lhe também aplicada uma pena de 18 meses de prisão por agredir e injuriar um agente da polícia, tendo sido condenado a ficar fora dos recintos desportivos por dois anos.
Comentários