Quando Fábio Veríssimo apitar pela primeira vez no Jamor, esta tarde, Sérgio Conceição estará a fazer o seu último jogo como técnico do FC Porto. A 84.ª final da Taça de Portugal irá colocar frente a frente Sporting e FC Porto, duas equipas com ânimos distintos: os leões, em clima de festa, procuram na 30.ª presença na final o 18.º título, para conquistar a tão sonhada 7.ª dobradinha, a primeira desde 2001/02, na altura sob o comando do romeno László Boloni.
Depois de uma temporada decepcionante, com a pior classificação na era Sérgio Conceição (3.º lugar na I Liga, a 18 pontos do campeão Sporting), o FC Porto tentará salvar a época e estender ainda mais o recorde na prova. Os azuis e brancos, vencedores das últimas duas edições (quinta final em seis temporadas), estabeleceram um recorde absoluto de 20 vitórias seguidas na Taça de Portugal.
Esta é a 34.ª presença do FC Porto na decisão da prova, que ganhou em 20 ocasiões. A equipa de Sérgio Conceição vai tentar reeditar uma série consumada apenas entre 2008/09 e 2010/11, quando conquistou a Taça de Portugal por três vezes seguidas.
A final também será de despedidas. Já se sabe que Mehdi Taremi irá deixar o FC Porto e rumar aos campeões italianos Inter Milão a custo zero. Sérgio Conceição, que renovou contrato antes das eleições, poderá também sair, já que o novo presidente, André Villas-Boas, quer começar uma nova era no Dragão. O encontro marcará também a despedida de Pinto da Costa do FC Porto, depois de 42 anos na presidência dos azuis e brancos. O eterno presidente não poderá sentar-se no banco de suplentes pela última vez, devido a castigo, mas assistirá da tribuna VIP.
O jogo também poderá ser de despedidas no lado do Sporting. Apesar de Frederico Varandas ter garantido a sua continuidade, Rúben Amorim continua a ter muito mercado e é bem provável que deixe o Sporting no final da época. Também Viktor Gyokeres, melhor marcador da I Liga com 29 golos, poderá deixar os leões no mercado de verão, tal como Gonçalo Inácio e Ousmane Diomandé, dois centrais muito cobiçados.
Com os guarda-redes Franco Israel e Adán lesionados no Sporting, parte das atenções vão estar viradas para o guarda-redes Diogo Pinto, que será titular no Estádio Nacional. O guardião de 19 anos fez os dois últimos jogos do Sporting na I Liga e deixou a baliza a zero. O moçambicano Geny Catamo, que já foi determinante esta época ao marcar um ‘bis’ perante o Benfica, está recuperado e poderá ser aposta de Amorim para a ala direita.
No FC Porto, Conceição tem praticamente toda a equipa disponível, tirando o central Marcano e o lateral Zaidu, a passarem por longas paragens, com o capitão Pepe a ser a principal dúvida. Francisco Conceição tem sido a principal figura dos ‘dragões’, situação que levou mesmo à sua chamada por Portugal para o Euro2024.
FC Porto: Percurso até a final
O Vitória Sport Clube foi quem mais dores de cabeça deu ao FC Porto na caminhada rumo à sua 34.ª final. Os dragões afastaram os Conquistadores nas meias-finais com duas vitórias, por 1-0 no Castelo e 3-1 no Dragão.
O percurso até a final, com 16 golos marcados e dois sofridos, começou com uma vitória na visita ao Vilar de Perdizes (0-2) e na receção ao Montalegre (4-0), ambos do Campeonato de Portugal, antes da goleada na Amoreira ao primodivisionário Estoril Praia (0-4). Esta vitória diante dos canarinhos permitiu à equipa orientada por Sérgio Conceição suplantar o recorde de 16 êxitos seguidos do Benfica que tinha sido fixado entre 1979 e 1981.
Nos quartos de final, nos Açores, vitória por 2-1 com reviravolta diante do Santa Clara (1-2), recém-promovido à elite com o estatuto de campeão da II Liga, num duelo disperso por 22 dias. O mau tempo motivou a sua interrupção aos 27 minutos e o adiamento de 07 para 29 de fevereiro, dia em que Evanilson e Galeno deram a volta já na segunda parte ao tento de Rafael Martins.
Sporting: Percurso até a final
O Benfica foi a equipa que mais complicou o acesso do Sporting até a final, com a 2-1 em Alvalade e 1-1 na Luz, nas duas mãos das meias-finais. De resto, o caminho do leão foi um passeio, com vitória 3-1 diante do Olivais e Moscavide, da distrital de Lisboa, 8-0 ao Dumiense, do Campeonato de Portugal, a maior goleada da época, a par do 8-0 ao Casa Pia, para a I Liga.
Nos oitavos os comandados de Rúben Amorim afastaram o secundário Tondela (4-0), antes de eliminarem novamente um emblema da II Liga, a União de Leiria (3-0). Nas meias-finais, 2-1 ao Benfica em Alvalade e 1-1 diante do rival da Segunda Circular na Luz.
Foram 21 golos marcados e apenas três sofrido, dois deles diante do Benfica.
Histórico na Taça: Leões com ligeira vantagem
O Jamor será palco da sexta final da Taça de Portugal entre 'dragões' e 'leões', num duelo onde o emblema 'verde e branco' leva vantagem, com três vitórias contra duas dos azuis e brancos. Nas anteriores cinco finais, FC Porto e Sporting nunca se conseguiram impor um ao outro dentro do tempo regulamentar.
Apesar de se tratarem de dois dos três grandes do futebol português, o histórico de duelos apenas se iniciou quase quatro décadas após a realização da primeira final da competição. Ou seja, entre a primeira edição, em 1938/39, e a 37.ª, em 1976/77, FC Porto e Sporting encontraram-se nos 32 avos de final (uma vez), oitavos de final (duas), quartos de final (três) e meias-finais (três), mas em nenhuma na decisão.
O primeiro 'clássico' entre as duas formações numa final da Taça de Portugal só surgiria na 38.ª edição, em 1977/78, quando foram necessários dois jogos, já que o primeiro terminou empatado 1-1, no Estádio José Alvalade, acabando o Sporting por triunfar por 2-1 no segundo encontro, igualmente no seu reduto.
Em 1993/94, o nulo (0-0) no Estádio Nacional, no final do prolongamento, obrigou a uma partida de desempate, poucos dias depois, com o triunfo dos ‘dragões’ a ficar consumado no ‘tempo extra’, graças ao golo decisivo de Aloísio (2-1).
Em 1999/00: Pedro Barbosa e Mário Jardel assinaram os golos do empate 1-1 no primeiro encontro, antes de Clayton e Deco decidirem o segundo duelo a favor dos portistas (2-0).
O século ‘virou’, mas as finais entre portuenses e lisboetas continuaram a ser apenas decididas para lá dos 90 minutos, uma no prolongamento, em 2007/08, com o ‘bis’ de Rodrigo Tiuí a garantir uma conquista para o Sporting (2-0), e outra no desempate por grandes penalidades, também favorável para o emblema ‘leonino’, em 2018/19, depois de um empate 2-2 no prolongamento.
O que dizem os treinadores:
Sérgio Conceição (FC Porto):
Rúben Amorim (Sporting):
Árbitro: Fábio Veríssimo estreia-se no Jamor
Fábio Veríssimo foi o árbitro nomeado pelo Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol para digirir esta final entre FC Porto e Sporting. Será a primeira final da Taça do árbitro da associação de Leiria, de 41 anos e internacional desde 2015.
Para Fábio Veríssimo, este será o segundo clássico do entre ‘dragões’ e ‘leões’, depois de ter estado na vitória dos ‘azuis e brancos’, por 2-1, no campeonato de 2018/19.
Este vai ser o sétimo jogo entre equipas ‘grandes’ de Veríssimo, que vai ser coadjuvado pelos árbitros assistentes Pedro Martins e Hugo Marques. João Pinheiro vai estar no videoárbitro, com o auxilio de Fábio Melo e Luciano Maia, enquanto André Narciso vai ser o quarto árbitro.
A 84.ª final da Taça de Portugal, entre FC Porto e Sporting, está marcado para às 17h15 deste domingo. Um jogo para seguir EM DIRETO no SAPO Desporto, com fotos e vídeos dos principais lances.
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