O Benfica voltou a não ter um jogo fácil e longe vão os tempos em que cilindrava os adversários no estádio da Luz. "Deu de avanço", como reconheceu Jorge Jesus no rescaldo, mas acabou por ter a felicidade de conseguir empatar a partida nos minutos finais (1-1) frente ao V. Guimarães, para depois levar de vencido o adversário nas grandes penalidades (4-1).

Não se pode dizer que os encarnados não procuraram a sorte, mas a equipa de Jorge Jesus esteve novamente 'desajeitada' na forma como conduziu os ataques e tentou servir os seus homens mais adiantados. De acordo com o site da Liga, o Benfica teve mais posse (68 contra 33), mais remates (13-5). Contudo, este Benfica parece não querer aprender o erros: Forte na posse, mas a revelar pouca clarividência na forma como tenta variar o jogo. Voltou a demonstrar debilidades no processo defensivo.

O encontro pode ser resumido por dois períodos. Uma primeira parte inoperante do Benfica, perante um Vitória sólido, confortável no seu bloco mais baixo, e a tentar espreitar o contra-ataque. Perante a disposição do xadrez de João Henriques, o Benfica viu-se bloqueado no primeiro tempo. Quem acabou por marcar foi a equipa visitante por intermédio de Estupiñan, assistido por Rochinha. Praticamente não se viu mais Benfica, mesmo mais posse, no primeiro tempo. Aos 45´, Cebolinha ainda introduziu a bola na baliza, mas o lance foi invalidado.

O segundo tempo quase podia ter sido tirado a papel químico, a diferença é que as 'águias', desta feita, conseguiram imprimir mais acutilância e velocidade ao seu jogo, tentando assim derrubar as linhas da armada vitoriana. Faltava, no entanto, à equipa de Jesus capacidade para abrir espaços e assim causar verdadeiros calafrios ao conjunto minhoto (apesar das várias mudanças no segundo tempo). O Vitória tinha o encontro aparentemente controlado perante um previsível Benfica, que parecia estar perto da eliminação. Aos 77´, o Benfica tentou tirar o primeiro coelho da cartola, com uma jogada de entendimento entre Darwin e Everton, com Pizzi a finalizar para defesa de Trmal.

Os encarnados já justificavam o empate, que viria a surgir ao minuto 83´, numa grande penalidade provocada por Poha sobre Pedrinho. Na conversão, Pizzi fez o empate. Nos minutos finais, o Benfica foi à procura do golo do triunfo. Ainda lá andou perto por Darwin, mas o jogo foi mesmo para decisão da marca dos onze metros. Nesse capítulo, o Benfica foi mais competente. Poha e André Almeida falharam para os visitantes e foram os encarnados que seguiram para a 'final four' da Taça da Liga.

Momento - Penalti de Pizzi

Perante a desinspiração dos avançados na relação com a baliza, o Benfica só conseguiu virar o rumo do jogo numa grande penalidade convertida pelo internacional português. Poha acabou por cometer um erro, numa falta sobre Pedrinho já dentro da área.

Melhores

Pizzi e Pedrinho

Se o Benfica subiu de produção no último quarto de hora deve-o a estes dois jogadores. Agitaram as águas. Um sofreu o penalti, o outro converteu-o.

Trmal

Uma muralha na defensiva do Vitória e em grande destaque na estreia. O jovem guardião checo foi importante ao parar a avalanche do Benfica na parte final do encontro.

Mumin

Muito forte na forma como travou os intentos dos atacantes do Benfica. Muito seguro e forte nas interceções. Foi a voz de comando da equipa vitoriana.

Reações

Jorge Jesus: "Não é o apuramento da paciência, é o apuramento da melhor equipa"

João Henriques: "O Benfica não teve 10 ou 15 situações de golo. É preciso ser realista e também respeitar o adversário"