O futebolista internacional argentino Paulo Dybala acusou a Juventus, clube do qual se transferiu para a Roma em 2022, de lhe estar a dever perto de três milhões de euros, noticiam hoje alguns órgãos de comunicação social italianos.

A informação surgiu com base em declarações efetuadas pelo avançado da Roma, treinada pelo português José Mourinho, à autoridade tributária italiana, em 21 de fevereiro, com base numa investigação sobre alegadas práticas salariais ilegais da Juventus durante a pandemia de covid-19.

“Quando fizemos um acordo para diferimento do pagamento dos salários sabíamos que, se renovasse o contrato, esse valor seria pago através de um aumento dos vencimentos posteriores, mas, se saísse do clube, teriam de me pagar de imediato”, indicou Dybala, de 29 anos.

Em novembro do ano passado, os membros do conselho de administração da Juventus, incluindo o presidente, Andrea Agnelli, e o vice-presidente Pavel Nedved, renunciaram aos cargos na sequência de uma investigação sobre falsificação de contas.

Em causa estão investigações sobre duas alegadas manobras fiscais da Juventus, relacionadas com a inflação fictícia dos preços de mercado dos jogadores da equipa principal para obter maiores lucros na sua posterior venda e o adiamento de pagamentos a jogadores no exercício de 2020, a fim de as verbas não serem consideradas no respetivo ano fiscal.

Quanto ao último ponto, o acordo com os jogadores terá sido firmado em março de 2020, pressupondo a renúncia temporária a quatro meses de salário, e, entre eles, estaria o internacional português Cristiano Ronaldo, segundo relataram, na altura, vários órgãos de comunicação social italianos.

De acordo com as notícias sobre o caso, conhecido como carta secreta, a autoridade tributária encontrou, durante as buscas efetuadas em outubro de 2022, um documento no qual a Juventus se comprometia a pagar 19,8 milhões de euros a Ronaldo, exatamente o montante correspondente a quatro meses de salário.