Gilberto Madaíl tem mantido contactos com as associações que não aprovaram a alteração dos estatutos na última Assembleia Geral (AG) no sentido de ultrapassar o impasse em que se caiu, revelou à Agência Lusa o presidente da FPF.
«Ao longo de todo este processo, em especial nos últimos dias, tenho mantido contacto com os sócios que não aprovaram a alteração estatutária na última AG, na tentativa de obter um mínimo consenso que nos permita ultrapassar o impasse em que estamos», disse Gilberto Madaíl, desmentindo afirmações do presidente da Associação de Futebol de Leiria, Júlio Vieira.
Este afirmou que «não houve qualquer alteração, nem esforço nenhum para reunir as partes, a não ser as ameaças que foram sendo deixadas através da comunicação social», tendo acrescentado que, «se houvesse boa vontade e boa fé, o impasse já poderia estar resolvido».
O presidente da FPF revelou, ainda, ter falado com o secretário de Estado da Juventude e Desporto, Laurentino Dias, «para saber se haveria alguma hipótese de uma aproximação às reivindicações dos sócios» que votaram contra a alteração estatutária na AG de 29 de Janeiro.
Além desta iniciativa, Madaíl disse à Lusa estar «em contacto permanente» com os organismos internacionais, «dando-lhes conta do processo e procurando salvaguardar sempre os superiores interesses do futebol português».
Mostrou-se «disponível, como sempre, para ser parte da solução» e prometeu, na próxima semana, «promover uma reunião geral com todos os sócios para lhes dar conta do quadro geral e das medidas que podem ser tomadas», assegurando que a direcção da FPF e ele próprio têm «feito tudo por tudo» para que haja novos estatutos e, consequentemente, «eleições para os órgãos sociais da FPF».
«Parece que há pessoas que querem uma AG para pedir a demissão da Direcção. Devo dizer que não estou agarrado ao poder e se não houve já eleições não foi por minha responsabilidade», lembrou o presidente da FPF, aconselhando «os alegados mentores» desse movimento que defende a queda da direcção a «preocuparem-se em encontrar soluções para resolver o problema em vez de se entreterem em jogos de poder».
«Nunca se viu tentar substituir uma AG pelos serviços jurídicos», disse hoje o presidente da Associação de Futebol de Leiria e da Comissão Delegada das associações, Júlio Vieira, em declarações à Agência Lusa.
Este responsável associativo aludia à recente decisão da direcção da FPF, que mandatou, com carácter de urgência, os seus serviços jurídicos para «ultrapassar os vícios jurídicos» apontados pelo Ministério Público (MP) aos artigos dos seus estatutos que não estão em conformidade com a Lei, incluindo o Regime Jurídico das Federações Desportivas.
O MP concedeu 30 dias à direcção da FPF para concluir esta tarefa, sob pena de, a não fazê-lo, intentar uma acção em Tribunal que pode culminar com a retirada definitiva do estatuto de utilidade pública ora suspenso pelo Governo, o que poria em risco a actividade das selecções e dos clubes nacionais nas competições internacionais.
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