O espanhol Roberto Martínez, novo selecionador nacional, respondeu em conferência de imprensa às perguntas dos jornalistas na Cidade do Futebol.

Conta com Cristiano Ronaldo e se vai chamar um jogador que atua na Arábia Saudita?

"As decisões no futebol são para serem tomadas no terreno de jogo. E o meu ponto de partida é conhecê-los a todos hoje e a partir daqui quero contactar com todos os jogadores. Os 26 que marcaram presença no Mundial são a minha referência e Cristiano é um jogador dessa lista. Leva 19 anos da seleção e merece respeito para nós podermos sentar e falar. E nas próximas semanas queremos criar a melhor equipa possível para a participação no Campeonato do Mundo. Amanhã começamos a trabalhar, conhecendo todos os jogadores e Cristiano Ronaldo é um deles."

Que papel terá Cristiano Ronaldo para a estrutura daquilo que pretende da seleção?

"Vamos começar por tentar conhecer todos os jogadores que vão entrar na seleção. A partir daqui há 54 jogadores nas cinco maiores ligas, que têm menos do que 28 anos. Benfica e FC Porto que estão na Champions. Cristiano Ronaldo é um desses jogadores, já enfrentei alguns deles e estou encantado por tê-los ao meu lado."

O que pode acontecer de diferente com a seleção portuguesa, podemos esperar uma mudança de sistema?

"O que queremos ser é uma seleção competitiva. Na última experiência estivemos durante 26 partidas invictos. Nos grandes torneios há outros pormenores que fazem a diferença. Temos que estar preparados para competir e para isso temos que ser uma equipa moderna, que tenha flexibilidade tática. Jogar com uma linha de três ou de quatro depende dos jogadores. É meu trabalho e da equipa técnica conseguir potenciar o talento dos jogadores de Portugal. Flexibilidade é muito importante, temos que ser bons na transição, sem bola e que usa o talento com bola. Uma equipa que possa controlar o encontro."

Portugal tem obrigação de ser protagonista?

"Como selecionador contrário, Portugal sempre foi competitivo e esse é o meu ponto de partida. A partir daí que nunca perca a competitividade e que jogue com alegria."

Balanço do trabalho à frente da Bélgica

"A seleção da Bélgica conseguiu estar quatro anos como número 1 do mundo. O jogador português consegue adaptar-se muto bem às ligas estrangeiras. Temos que tentar trabalhar com esses jogadores. Espero que possamos potencializar essa mentalidade ganhadora do que é o jogador português."

Na sua cabeça está o objetivo de ser campeão da Europa?

"Há que sonhar muito alto. O que é importante é conhecer o processo. Primeiro temos que nos classificar. A partir daí há que sonhar. Esta equipa tem que representar o povo português. O talento está e intenção está aí. No primeiro contacto percebi que me queriam assim, acredito no jogador português e acredito que podemos fazer melhor".

A fasquia está alta, depois do que fez Fernando Santos?

É sempre mais fácil seguir um grande selecionador. Porque podemos aproveitar o grande trabalho que foi feito e isso não podemos perder. Cada um trabalha de uma forma distinta, mas a ideia é tentar manter as coisas que foram feitas."

Quem será a equipa técnica e se há portugueses, se prefere adaptar os jogadores ao seu sistema?

"Sei o que é necessário, devido à minha experiência internacional, mas não posso anunciar nada. Mas gostaria de incorporar um português na equipa técnica que tenha uma carreira internacional, que tenha sido jogador da seleção e que nos pudesse ajudar a entender melhor o futebol português. Não acredito em sistemas, acredito nos jogadores que jogam futebol. Temos que arranjar uma estrutura que ganha e nunca forçar um talento a adaptar-se ao sistema."