Horácio Antunes diz que «há uma década que procura criar condições para ser presidente da Federação».
«Há uma década que ele persegue esse objectivo, sem o conseguir», disse Horácio Antunes, revelando que «ainda há uma semana» Fernando Seara disse aos responsáveis do Benfica «que não tinha condições para avançar com uma candidatura à FPF».
O presidente da Associação de Futebol de Coimbra acrescentou que Fernando Seara «há três meses que tem uma lista de candidatura formada e agora que se vislumbra a aprovação dos novos estatutos quer partir em primeiro lugar nessa corrida».
As farpas atiradas pelo presidente da Câmara Municipal de Sintra «a pessoas do movimento associativo», na entrevista que concedeu esta noite à Benfica TV, apelidando-os de «provincianos que ainda pensam que a televisão é a preto e branco e que têm de mostrar o passaporte para ir a Espanha comprar rebuçados», mereceu o seguinte comentário de Horácio Antunes.
«Hoje em dia as pessoas que vivem na província têm melhor qualidade de vida do que as que vivem nas urbes, nomeadamente de Lisboa e Sintra, e hábitos que são comuns a qualquer parte do país», contrapôs o único candidato à presidência da FPF com os estatutos actuais.
Em relação à anunciada presença de um representante da UEFA e da FIFA, um dos quais Angel Villar, vice-presidente dos comités executivos daqueles dois organismos, congratulou-se com a mesma: «Não é surpresa, tendo em conta as tentativas que tem havido nos últimos tempos para pressionar o movimento associativo, entre as quais a ida do presidente da FPF à UEFA e à FIFA, trazendo uma carta bem legível com a exigência de aprovação de novos estatutos e as represálias que daí resultarão caso tal não aconteça».
No entanto, Horácio Antunes lembra que «o impasse a que se chegou» resulta do facto das associações «nunca terem aceitado o novo regime jurídico das federações», razão pela qual o movimento associativo «organizou um fórum do futebol com a presença do presidente da Federação Espanhola, Angel Villar».
«Congratulamo-nos com a sua presença na Assembleia-Geral de dia 29, pois será a oportunidade de apresentarmos à UEFA e à FIFA as nossas reivindicações, coisa que tentamos fazer em vão há vários anos através de Gilberto Madaíl, porque a mensagem nunca chegou ao destino», referiu Horácio Antunes, que considera «uma excelente oportunidade» para o movimento associativo «mostrar à UEFA e à FIFA as ingerências do Governo nos estatutos de uma Federação Desportiva».
Horácio Antunes justificou o facto das restantes federações, com excepção do futebol e da vela, já terem adequado os estatutos ao novo regime jurídico: «Fizeram-no com muita relutância, porque estão muito mais dependentes dos subsídios do Estado do que a FPF, razão pela qual as associações levaram mais longe as suas reivindicações».
Garante que as associações vão aproveitar a presença da UEFA na Assembleia-Geral de dia 29 para «entregar os documentos que aquela já devia conhecer há ano e meio», o que a ter acontecido, «não se colocaria o problema actual da adequação dos estatutos», uma vez que «já estaria resolvido».
Finalmente, Horácio Antunes sublinhou que as associações «têm por objectivo» na Assembleia-Geral de sábado «trabalhar em prol do futebol português, no sentido dos clubes profissionais e das selecções nacionais atingirem o mais alto escalão europeu e mundial», uma vez que, como reflexo disso «beneficiará todo o futebol amador».
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