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O líder federativo tem já uma reunião marcada com os responsáveis do INATEL.
O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) disse hoje que, em alguns aspetos, existe uma «concorrência desleal» do INATEL em relação às associações distritais na organização de provas.
«Quando estão [em causa] questões como, por exemplo, a saúde pública, em que os atletas federados têm obrigatoriamente de ter um seguro de acidentes pessoais, (...) essa mesma exigência não se verifica no desporto do INATEL e, portanto, nessa perspetiva, se compararmos a esse nível a atividade, claramente que há uma concorrência desleal», afirmou Fernando Gomes após a cerimónia de inauguração da nova sede da Associação de Futebol de Beja (AFB).
Depois de o presidente da AFB, José Luís Ramalho, ter acusado o INATEL de «concorrência desleal», Fernando Gomes disse que a FPF já transmitiu ao secretário de Estado do Desporto a «preocupação» relativa à «concorrência, entre aspas, desleal, que acontece com as competições do INATEL».
Segundo Fernando Gomes, a FPF «tem uma conversa aprazada com os responsáveis do INATEL ao nível da Segurança Social», da qual a instituição «depende», «no sentido de acautelar e de chamar a atenção para essas situações, que podem ser extremamente complicadas» e ter um «efeito extremamente negativo, até do ponto de vista da própria saúde pública».
Na sua intervenção, Fernando Gomes já tinha apontado outros exemplos de «concorrência desleal» da parte do INATEL, como o facto de "muitas" competições da instituição utilizarem, «de uma forma quase gratuita», árbitros federados, que «têm um custo muito significativo em termos da sua formação»para as associações de futebol e para a FPF.
Por outro lado, disse, as federações desportivas têm um conjunto de regras e constrangimentos relativos a mecanismos de controlo das provas oficiais, como o policiamento, que «obriga» ao aumento dos custos das competições, mas o INATEL «não tem, nem pouco mais ou menos, esses custos».
Segundo Fernando Gomes, o INATEL aproveita o conjunto de atletas que, ao longo dos anos, vêm sendo formados nas associações e nos clubes» e «sem terem os custos da respetiva formação», que são «significativos».
No seu discurso, José Luís Ramalho disse que a atual época desportiva da AFB «não começou da melhor forma», porque, devido a situações financeiras, «muitos clubes» desistiram das suas equipas seniores ou foram jogar para o campeonato do INATEL, que implica menos custos.
A situação e a desadequação do regulamento de provas oficiais da AFB levou a que este ano apenas 14 clubes estejam a disputar o campeonato distrital da I Divisão, enquanto o da II Divisão não se realizou, explicou José Luís Ramalho.
«Já foram tomadas algumas decisões em assembleia-geral, que, esperamos, possam inverter esta situação para o próximo ano. Sabemos que não será tarefa fácil, principalmente devido à concorrência desleal que temos por parte do INATEL, onde os clubes, além de outros facilitismos, nem sequer pagam o custo das arbitragens, o qual é pago pelos impostos dos portugueses», disse José Luís Ramalho.
«Como se não bastasse, os clubes do INATEL não fazem formação de jovens», que é «exclusiva dos clubes filiados na Associação de Futebol de Beja», rematou José Luís Ramalho.
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