Em duas presenças das quatro edições já realizadas do CHAN, Angola chega a Marrocos com números pouco convincentes, mas com a memória de um vice-campeonato, no Sudão, em 2011, prova em que perdeu na final para a Tunísia, por 0-3.

Depois de falharem a primeira edição, em 2009, na Cote d’Ivoire (prova ganha pela RDC), ao serem afastados pela Zâmbia na última eliminatória de acesso a este campeonato africano destinado a futebolistas que actuam nos seus respectivos países, os Palancas Negras surpreenderam tudo e todos na sua estreia, chegando até à final, onde "sucumbiram" frente os tunisinos.
Para esta empreitada, o seleccionador Lito Vidigal levou os futebolistas Lamá, Wilson, Lambito, Mingo Bile, Cali, Fabrício, Dany, Nuno, Miguel, Amaro, Hugo, Vado, Chara, Adawa, Nari, Pataca, Avex, Job, Zé Calanga, Osório, João Martins, Santana e Love.

Nesta prova, com número duplicado de participantes (16) que estiveram na primeira edição há dois anos, na Cote d’Ivoire, os angolanos ficaram agrupados na série D, juntamente com Senegal, Tunísia e Rwanda.

Curiosamente, a estreia foi diante do adversário que viria a ser o mesmo da final, a Tunísia, com quem empatou a um golo, na cidade de Port-Sudão. O capitão Kali salvou os angolanos da derrota, ao marcar o tento do empate já nos minutos de descontos.

Na ronda a seguir empataram a zero com Senegal e na última jornada venceram o Rwanda, por 2-1, com golos de Love e Osório, garantido assim passagem para a fase seguinte, como segundo colocado do grupo, com quatro pontos, atrás do Senegal, com sete.

Nos quartos-de-final, os comandados de Lito Vidigal defrontaram os Camarões, que dominaram o grupo C, onde terminaram na frente com nove pontos, fruto de três vitórias.

Destemidos, os Palancas “tombaram” os pupilos das terras de Roger Milla, a quem venceram por 8-7, aos penaltes, após um rigoroso empate a zero no tempo regulamentar.

No caminho das meias-finais surge o anfitrião Sudão. O jogo até nem começou bem, uma vez que ao intervalo o conjunto nacional perdia por 0-1, com golo Saif Ali. Mas na segunda parte Love Cabungula restabeleceu a igualdade, aos 71 minutos, resultado com que terminou o encontro. Nas grandes penalidades 4-2 para Angola.

Já na final, os Palancas Negras perderam por 0-3, quando até aguentaram bem toda a primeira parte, com um 0-0.

Com a espreita do título, os angolanos acreditaram que afinal era possível ir-se mais longe, ou seja ao topo, mas os irmãos do Índico (Moçambique) assim não quiseram e tiraram a selecção da 3ª edição, impedindo os Palancas de defenderem o vice-campeonato, com rigorosos empates. Igualdade a zero em Maputo e 1-1 em Benguela.

Os líbios foram os grandes vencedores, ao baterem na final os ganenses, por 4-3, aos penaltes, depois de um 0-0 no tempo regulamentar.

Já na quarta edição, a selecção nacional de futebol voltava ao Rwanda, 11 anos depois, país onde conseguiu o seu primeiro e único apuramento a um Mundial, na Alemanha2006.

Neste seu retorno, nem mesmo a lembrança de 2005 serviu de mola impulsionadora para os pupilos de José Kilamba e André Makanga alcançarem bons resultados, pelo contrário, tiveram uma prestação pobre, ficando logo na fase de grupos.

Landu, Mário, Dominique, Fabrício, Miguel, Ekundi Sargento, Natael, Isaac, Mingo Bile, Silva do Kabuscorp, Gomito II, Danilson Traça, Dany, Eddie, Ary Papel, Manucho Dinis, Búa, Mateus, Silva do ASA, Gelson, Yano, Manguxi e Moco foram os escolhidos para a missão fracassada.

Angola integrava o grupo B, com as selecções da República Democrática do Congo, Etiópia e Camarões, adversário com quem perdeu na estreia, por 0-1. Na segunda jornada voltou a sair derrotada por 2-4, diante da RDC (Gelson Dala e Yano marcaram os golos dos angolanos) e na última ronda venceu a Etiópia, por 2-1, com dois golos de Ary Papel. Os congoleses foram os vencedores desta edição, ao derrotarem o Mali, por 3-0.

Em duas presenças, Angola realizou já nove partidas, tendo vencido quatro, sendo duas nas grandes penalidades. Perdeu três e empatou dois.

Marcou oito golos e sofreu 12. Números pouco convincentes, sobretudo os da segunda presença, mas que não impedem Angola de ter uma prestação positiva nesta sua terceira presença, em cinco edições já realizadas.

Love e Ary Papel, com dois golos cada, são os melhores marcadores da selecção nesta prova.

O conjunto nacional chegou hoje a Marrocos, onde vai participar no CHAN de 13 deste mês a 4 de Fevereiro.

A caravana é composta por 42 pessoas, entre atletas, técnicos e dirigentes.

Antes da sua estreia, no dia 16 frente ao Burkina Faso, os Palancas Negras efectuam um jogo amistoso, na terça-feira, com a congénere da Guiné Conacri.

Fazem ainda parte do grupo D Camarões e Congo Brazzaville.

Para esta empreitada, o seleccionador Srdjan Vasiljevic levou os seguintes jogadores: Landu, JB, Rui, Vá, Almeida, Herenilson, Manguxi, Mira, Wilson, Job, To Carneiro, Nary, Moco, Mano Calesso, Medá, Lito, Gui, De Paizo, Caporal, Celso Barros, Chiló, Fofó e Paty.