O presidente do Marítimo disse na terça-feira não encontrar preocupações que justifiquem a destituição da direção, após a despromoção à II Liga de futebol, em resposta à entrega de um requerimento por parte um grupo de 50 sócios.

“Não vejo qualquer preocupação que justifique uma tomada de decisão dessas, até porque o Marítimo precisa de estabilidade. Os mandatos são normalmente por quatro anos e não pelos resultados desportivos, porque, se fosse assim, no Sporting também já tinha caído a direção e a dos clubes que também desceram de divisão por este mundo fora”, disse Rui Fontes, em resposta ao pedido para a marcação de uma Assembleia Geral (AG) extraordinária, no qual se pede a “votação da destituição dos membros de todos os órgãos sociais”.

Em entrevista num programa do clube na TSF, o dirigente, que cumpre o segundo ano de mandato, lembrou que o emblema insular atravessa “novamente um momento decisivo”, questionando se o que é pretendido é “ter uma época preparada em instabilidade com outro presidente daqui a um mês, com contratações por fazer e toda uma programação que neste momento já está a andar e poderá ter de ser interrompida”.

“Infelizmente, o futebol tem estas surpresas e surpreendeu-me também. Já sabemos as razões pelas quais tudo isto aconteceu. Estamos a preparar uma equipa para uma subida imediata à I Liga e queremos manter o apoio dos sócios e adeptos, porque um Marítimo dividido é um Marítimo enfraquecido”, referiu Rui Fontes.

Tendo o presidente ‘verde rubro’ adiantado que se a ideia é andar para a frente, a direção está preparada para dar essa resposta: “Se não quiserem que andemos para a frente, vão ter de escolher outra situação que eu não acredito que seja a melhor para o Marítimo”.

Questionado sobre se ainda acredita na manutenção na I Liga na secretaria, Rui Fontes afirmou que “para competir nas duas ligas profissionais são exigidas regras que todos os clubes têm de cumprir”.

O dirigente insular referiu ainda que o Marítimo apresentou a sua candidatura para competir na II Liga, referindo que entre as duas competições “não há praticamente nenhuma situação diferente” e que o parecer já foi positivo, “porque cumpre todos os requisitos”.

“Aguardamos agora que todos os clubes cumpram e estamos atentos àqueles que não cumprirem, portanto, a nossa missão agora é essa. Não sei em concreto se é só um ou se há mais um ou não, portanto, vamos no dia certo estar atentos a tudo o que vai acontecer de maneira a que a competição seja igual para todos”, sublinhou.

O Marítimo encerrou a equipa de sub-23 que participou na Liga Revelação desde o seu ano ‘zero’, 2018/19, decisão que, segundo o presidente eleito em 22 de outubro de 2021, “só tem vantagens”.

“Só vemos vantagens nesta situação, entre elas a redução de custos, melhor aproveitamento das infraestruturas existentes, humanas, financeiras e físicas, porque temos de ter um número de jogadores à dimensão daquilo que são as nossas infraestruturas”, adiantou Rui Fontes, referindo que quando o diretor executivo da SAD maritimista, Tiago Lenho, chegou ao emblema, o clube possuía 84 jogadores profissionais, “quando o objetivo é ter entre 50 e 55”.

De acordo com o presidente dos ‘leões’ do Almirante Reis, os atletas provenientes dos sub-23 “serão integrados numa equipa B que juntará todos os atletas que for entendido que devem ficar”.