A Polícia Judiciária deteve esta manhã cinco jogadores da II Liga e um membro dos Super Dragões por suborno e viciação de resultados no sentido de favorecer apostas online de empresários asiáticos.

Segundo avança esta quarta-feira o jornal Correio da Manhã, cinco futebolistas da II Liga, a maioria do Oriental, e um membro destacado da claque Super Dragões, foram detidos esta manhã sob suspeita de corrupção desportiva.

De acordo com a informação veiculada pelo referido jornal generalista, a viciação de resultados no segundo escalão do futebol português tinha como objetivo favorecer o sentido das apostas online de empresários asiáticos, que colocavam autênticas fortunas nas incidências de alguns jogos da II Liga.

Os empresários asiáticos em causa usavam intermediários para distribuir dezenas de milhares de euros em subornos por atletas de alguns clubes.

Por corrupção passiva foram detidos três jogadores do Oriental e um futebolista que representou o Penafiel da época passada. Já em relação à acusação de corrupção activa, foram detidos Bruno Mendes, dos Super Dragões, e um atleta que alinhava no Académico de Viseu que actuava como intermediário.

Em comunicado divulgado, a Polícia Judiciária adianta que esta investigação surge no seguimento da primeira fase da operação ‘Jogo duplo’, na qual, em maio de 2016, foram detidas 15 pessoas e realizadas 31 buscas.

A investigação decorre há cerca de um ano e tem como objeto o fenómeno da corrupção no desporto como instrumento do ‘match fixing’ (viciação de resultados) de competições oficiais de futebol.

Na segunda fase da operação ‘Jogo Duplo’, além dos seis detidos, a PJ efetuou 16 buscas domiciliárias em diversas localidades, nomeadamente Lisboa, Vila Franca de Xira, Ovar, Gaia, Porto, Fátima, Sesimbra, Loures, Santa Maria da Feira, Sanfins e Ermesinde e apreendeu diverso material relacionado com a prática da atividade criminosa.

A nota refere que, durante a investigação, a Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ contou com a colaboração da EUROPOL, de entidades estrangeiras de monitorização de jogos, além da cooperação com a Federação Portuguesa de Futebol.

Os seis detidos serão agora presentes ao primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.

Na primeira fase da operação de combate à corrupção no desporto, tornada pública a 14 de maio do ano passado, 15 pessoas, entre os quais alguns futebolistas, foram detidas por suspeita de “manipulação de resultados de jogos da II Liga de Futebol”, com recurso ao aliciamento de jogadores.

Neste processo investigam-se “factos suscetíveis de integrarem crimes de corrupção passiva e ativa na atividade desportiva”, envolvendo como suspeitos “dirigentes e jogadores de futebol” e outras com “ligações ao negócio das apostas desportivas”, adiantava um comunicado do Ministério Público.

Dos 15 detidos, três ficaram a aguardar julgamento em prisão preventiva.