Depois de Luís Maximiano, foi a vez de Wendel testemunhar por videoconferência a partir do Tribunal do Montijo no julgamento do processo do ataque à Academia do Sporting, recordando o que se passou nesse dia na Academia do Sporting, que decorre no Tribunal de Monsanto, em Lisboa

O médio brasileiro garantiu que ele e outros colegas foram, efetivamente, vítimas de agressão a 15 de maio de 2018, data da invasão. "Disseram-nos que não éramos jogadores para o Sporting, mandaram tirarmos as camisolas e começaram a agredir-nos. Um bateu-me na cara, levei uma chapada.", lembrou Wendel.

O centrocampista detalhou também o que sucedeu com outros colegas. "Vi três pessoas serem agredidas: Acuña, Misic e William. O Acuña não me recordo por quantas pessoas foi agredido, mas foi por mais do que uma, com estaladas na cara e na cabeça. O Misic foi agredido com um cinto nas costas, por um deles. O William foi agredido na cabeça com palmadas, mas não sei por quantos", relatou o médio brasileiro, indo de encontro ao que já havia sido relatado pelo colega Maximiano durante a manhã.

O jovem futebolista brasileiro referiu que os invasores "ficaram cerca de cinco minutos no balneário" e que "foi tudo muito rápido", saindo todos ao mesmo tempo.

A terminar, Wendel referiu ainda que chegou a temer que os eventos se voltassem a repetir. "Tive muito medo que voltassem a fazer aquilo outra vez", frisou o jogador que, na altura, estava há apenas cinco meses no Sporting.

Quanto à reunião de 14 de maio de 2018, véspera do ataque, entre o plantel e elementos do Conselho de Administração, incluindo o então presidente Bruno de Carvalho, Wendel afirmou igualmente não se recordar da mesma. "Não me recordo, faz muito tempo", respondeu o médio brasileiro.

O processo, que está a ser julgado no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, tem 44 arguidos, acusados da coautoria de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.