A ameaça da UEFA de proibir os futebolistas que participem na Superliga europeia de representarem as seleções nacionais é “desproporcional” e contraria uma decisão recente da justiça europeia, disse hoje o professor universitário Miguel Poiares Maduro.
“Há precedentes no basquetebol e mais recentemente na patinagem de que aplicar sanções deste tipo a atletas era desproporcional”, referiu Poiares Maduro, que já integrou o comité de governação da FIFA, à agência Lusa, admitindo, no entanto, a possibilidade de os clubes poderem ser sancionados.
Em dezembro passado, o Tribunal Geral da União Europeia considerou que as regras da União Internacional de Patinagem (UIP) que preveem sanções severas contra os atletas que participem em provas de patinagem de velocidade não reconhecidas por esta são contrárias às regras da União Europeia em matéria de concorrência.
Na segunda-feira, o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, ameaçou que o organismo que rege o futebol mundial poderá impedir os jogadores que participem na nova Superliga Europeia de representarem as suas seleções.
"Todos os jogadores que participem nessa competição não poderão representar a seleção. Todas as confederações estão de acordo com isso. […] A classificação para as competições europeias deve teve como base o mérito e que todos possam competir contra todos. Todos estamos contra este movimento", disse o presidente da UEFA.
No domingo, 18 de abril, AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham anunciaram a criação da Superliga europeia, à revelia de UEFA, federações nacionais e vários outros clubes.
A competição vai ser disputada por 20 clubes, 15 dos quais fundadores – apesar de só terem sido revelados 12 – e outros cinco, qualificados anualmente.
A UEFA anunciou que vai excluir todos os clubes que integrem a Superliga, assegurando contar com o apoio das federações de Inglaterra, Espanha e Itália, bem como das ligas de futebol destes três países.
Entretanto, o organismo que rege o futebol europeu anunciou o alargamento da Liga dos Campeões de 32 para 36 clubes, a partir de 2024/25, numa liga única, com cinco jogos em casa e outros tantos fora.
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