
O primeiro Mundial de Clubes, alargado à equipas de todas as confederações de futebol, será a última hipótese para várias equipas europeias (como Real Madrid, Juventus, Inter de Milão e Manchester City) de conseguirem um título depois de uma temporada sem conquistas.
Por ironia do destino ou um capricho do sistema de apuramento para a prova, três campeões das principais ligas do continente não vão disputar o Mundial de Clubes: Liverpool, Barcelona e Nápoles.
Só Paris Saint-Germain e Bayern de Munique, que dominam amplamente o cenário futebolístico nos seus países, estarão nos Estados Unidos, ao contrário de estrelas que brilharam pelas suas equipas esta época, como Mohamed Salah, Lamine Yamal ou Raphinha.
Quem será o primeiro campeão da história da nova prova da FIFA?
Para vários dos participantes da Europa, o Mundial de Clubes é a oportunidade de encerrar a temporada com um troféu. O Real Madrid não conseguiu os seus grandes objetivos, a Liga dos Campeões e o Campeonato Espanhol, além de ter perdido todos os seus duelos com o grande rival Barcelona, durante todo o ano.
Um desempenho que custou o cargo ao técnico Carlo Ancelotti, que assumiu a Seleção Brasileira, substituído por Xabi Alonso no clube merengue.

O Real Madrid, primeiro campeão europeu (1956) e da antiga Taça Intercontinental (1960), tentará colocar o seu nome na história como primeiro campeão do novo torneio, que o clube encara "com orgulho e motivação máxima para fazer com que nossos milhões de torcedores em todo o mundo voltem a sonhar com mais um título".
O Atlético de Madrid teve uma temporada em branco, assim como o Manchester City, o que não acontecia desde 2016, no primeiro ano do técnico Pep Guardiola no clube inglês. O Chelsea, por sua vez, nem esteve perto de lutar pela Premier League e teve que se conformar com a conquista da Liga Conferência.
Já o Inter de Milão chegará ao Campeonato do Mundo de Clubes depois de perder o 'Scudetto' na última jornada e de sofrer a goleada histórica por 5-0 na final da Liga dos Campeões diante do PSG. Juventus e Borussia Dortmund conseguiram um lugar na próxima Champions no último suspiro. Benfica e FC Porto foram superados pelo Sporting na Liga Portuguesa, e até o RB Salzburg perdeu o título austríaco para o Sturm Graz.
Um acumular de decepções que será difícil compensar com uma boa atuação no torneio da FIFA.
Máximo de dois clubes por país
A participação desses clubes é resultado do sistema de apuramento para a competição, que dá prioridade aos resultados da Liga dos Campeões dos últimos quatro anos (os quatro campeões do período 2021-2024 e as oito equipas mais bem classificadas no ranking da FIFA, com um máximo de dois representantes por país).
O atual campeão europeu poderia ser considerado, mas, por razões óbvias de organização, não é possível esperar até 15 dias antes do início do torneio para esperar o resultado da final da Champions.
Levar em conta os resultados das ligas nacionais também pode ser enganador, já que o Nápoles, por exemplo, não disputou nenhuma competição europeia este ano e se concentrou apenas na Serie A.

Outra solução seria a FIFA guardar na manga algum convite, uma possibilidade que colocaria critérios subjetivos sobre a mesa, e o organismo que rege o futebol mundial poderia ter dificuldades para explicar por que decidiu convidar um clube em detrimento de outro.
Uma situação que já aconteceu com a entrada do Inter Miami de Lionel Messi como representante do país anfitrião, apesar de o clube da Flórida não ter sido campeão da MLS.
Questão financeira pesa muito
Retirar o limite de dois clubes do mesmo país poderia fazer com que um campeonato poderoso, como a Premier League, ocupasse um bom número de vagas, a exemplo do que ocorreu com o Brasileirão, que terá quatro clubes (de seis representantes da Conmebol): Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo como vencedores da Taça Libertadores.
A FIFA enfrenta um dilema a ser resolvido nas futuras edições, já que a ausência de alguns grandes clubes pode deixar a competição menos atrativa.
E, no final, como o presidente Gianni Infantino reconheceu em 2016 para justificar o novo torneio, tudo se resume a uma questão financeira: "Temos que tornar o Campeonato do Mundo de Clubes mais interessante para as equipas e para os adeptos em todo o mundo. Isso irá atrair mais patrocinadores e mais estações de televisão".
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